
Alagoas está dando raro exemplo ao país numa das áreas mais delicadas do serviço público (a dos salários dos governantes e funcionários), notadamente em um momento marcado por instabilidade da economia e pela reiterada constatação de gastos excessivos a critério dos gestores públicos.
Em relação aos vencimentos dos governadores, o alagoano Paulo Dantas (MDB) ganha R$ 30.833,91 e está entre os seis com menor remuneração, com destaque para o petista Elmano de Freitas, do Ceará, que recebe R$ 21.788,97, o menor do Brasil.
Há situações díspares: enquanto o paulista Tarcísio de Freitas (PL) obteve aumento de 5% e passará a receber R$ 36,3 mil, o governador Cláudio Castro (PL) do Rio de Janeiro, recebe apenas R$ 21.868,14.
Em Minas Gerais, gigante do Sudeste, Romeu Zema (Novo), fatura R$ 41.845,49, mas perde para o sergipano Fábio Mitidieri (PSD), que ganha R$ 46.366,19 e é o campeão nacional, mesmo governando o menor estado brasileiro.
Quando se comparam os subsídios de Paulo Dantas e de seu colega Fábio Mitidieri, verifica-se que o sergipano ganha o equivalente a um salário e meio do alagoano, não obstante Alagoas ser maior do que Sergipe em território e população.
No final desta matéria, veja a lista dos governadores e respectivos salários.
SERVIDORES
O exemplo de Paulo Dantas se dimensiona ainda mais quando se observa que, desde que assumiu o governo em 2022, ele já concedeu 25,68% de reajuste salarial a todos os servidores e pensionistas (cerca de 100 mil) do Poder Executivo estadual, enquanto seu subsídio se mantém congelado.
Neste ano (2025) Paulo Dantas anunciou e mandou implantar já na folha salarial de maio uma reposição de 4,83%, correspondente à inflação apurada pelo IBGE em 2024.
Nos quatro anos de gestão, o governador alagoano já concedeu os seguintes reajustes aos funcionários públicos do poder Executivo:
2022–10,06% – 2023–5,79% – 2024–5% – 2025-4,83% – totalizando, no período, 25,68% de correção vencimental.
Confira a seguir o salário de cada governador:
Acre – Gladson Cameli (PP): R$ 42.265,49
Alagoas – Paulo Dantas (MDB): R$ 30.833,91
Amapá – Clécio Vieira (Solidariedade): R$ 33.000,00
Amazonas – Wilson Lima (União): R$ 34.070,00
Bahia – Jerônimo Rodrigues (PT): R$ 36.894,89
Ceará – Elmano de Freitas (PT): R$ 21.788,97
Distrito Federal – Ibaneis Rocha (MDB): R$ 29.311,94
Espírito Santo – Renato Casagrande (PSB): R$ 33.006,39
Goiás – Ronaldo Caiado (União): R$ 30.585,01
Maranhão – Carlos Brandão (PSB): R$ 33.006,39
Mato Grosso – Mauro Mendes (União): R$ 30.862,79
Mato Grosso do Sul – Eduardo Riedel (PSDB): R$ 35.462,27
Minas Gerais – Romeu Zema (Novo): R$ 41.845,49
Pará – Helder Barbalho (MDB): R$ 35.363,55
Paraíba – João Azevedo (PSB): R$ 32.434,82
Paraná – Ratinho Júnior (PSD): R$ 33.763,00
Pernambuco – Raquel Lyra (PSDB): R$ 22.000,00
Piauí – Rafael Fonteles (PT): R$ 34.774,64
Rio de Janeiro – Cláudio Castro (PL): R$ 21.868,14
Rio Grande do Norte – Fátima Bezerra (PT): R$ 21.914,76
Rio Grande do Sul – Eduardo Leite (PSD): R$ 35.462,22
Rondônia – Marcos Rocha (União): R$ 35.462,22
Roraima – Antonio Denarium (PP): R$ 34.299,00
Santa Catarina – Jorginho Mello (PL): R$ 25.322,25
São Paulo – Tarcísio de Freitas (Republicanos): R$ 34.572,89
Sergipe – Fábio Mitidieri (PSD): R$ 46.366,19
Tocantins – Wanderlei Barbosa (Republicanos): R$ 32.518,44