29 de março de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Paulo Guedes diz que aumento de salários para servidores seria uma desonra

Disse depois de autorizar o aumento dos militares do governo federal

Paulo Guedes é contra o aumento salarial dos servidores públicos

O ministro da Economia, Paulo Guedes afirmou nesta sexta-feira (17) que conceder reajustes a todos os servidores seria uma desonra com as futuras gerações.

O pior é que ele disse isso um dia após ter pedido ao Congresso para reservar R$ 2,5 bilhões para aumentos a policiais da área federal, a pedido do presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Já tem gente querendo desonrar o compromisso com os contemporâneos, falando ‘já tomei minha vacina, me dá meu aumento’. Por enquanto, é uma desonra com os contemporâneos”, disse em entrevista de fim de ano à imprensa.

“Se todos tiverem esses aumentos, é uma desonra com as futuras gerações. Aí a inflação vai voltar, vamos mergulhar no passado, vamos nos endividar em bola de neve. Nosso papel é assegurar que isso não aconteça”, disse.

A referência às futuras gerações costuma ser usada por Guedes para falar sobre a necessidade de usar os recursos públicos de modo que eles sejam bancados pela população atual, e não se transformem em dívida pública a ser paga pela próxima.

A defesa por reajustes foi encampada por Bolsonaro, que atuou diretamente para garantir a reestruturação de carreiras policiais do governo federal. O movimento deflagrou a pressão de outras categorias, como auditores da Receita Federal.

No último dia 8, em entrevista, o presidente chegou a defender um reajuste amplo, alcançando todas as categorias. Ele disse que a medida seria feita sem estourar o teto de gastos. Nos cálculos do governo, cada aumento de 1% tem um impacto de R$ 3 bilhões. Um reajuste de 5%, portanto, teria um custo adicional deR$15 bilhões em 2022.