O presidente Jair Bolsonaro vai tornar ministro efetivo o general Eduardo Pazuello, que exercia a função de interino à frente do Ministério da Saúde.O militar resistia a ser confirmado como efetivo, mas foi convencido pelo presidente.
Ele ficou como interino no cargo por quatro meses e em cerimônia marcada para a quarta-feira (16) tomará posse.
Comandantes das Forças Armadas eram contrários à indicação de Pazuello, por ele ser da ativa, e uma gestão desastrosa em uma crise sanitária mancharia imagem do Exército.
Entretanto, Bolsonaro iniciou uma ofensiva para convencê-los a efetivar o general. Nas conversas, ele ressaltou que o pior da pandemia já passou e que a atuação do militar foi satisfatória.
Entretanto, somente entre março e setembro, a covid-19 já bateu o recorde anual de causa-morte no Brasil. Até o momento, são mais de 132 mil mortes confirmadas.
Gestão Pazuello
Pazuello estava no comando da pasta de forma interina desde 15 de maio. Ele era secretário-executivo na gestão de Nelson Teich, que deixou a pasta em meio a divergência com o presidente Jair Bolsonaro sobre a ampliação da oferta da cloroquina.
O general costumava dizer que ficaria apenas por 90 dias. O prazo, porém, encerrou em agosto. Ele deixou oficialmente o comando da 12a região militar, em Manaus, para onde dizia que pretendia voltar após o que define como “missão” no ministério.
No cargo como interino, Pazuello aumentou o número de militares em cargos de comando e até mesmo em postos estratégicos. Foram ao menos 28 nomeados.
Sob sua gestão, o ministério também ampliou a oferta da cloroquina, medida rechaçada por especialistas, e chegou a retirar dados do total de casos da Covid-19 de painéis da pasta, o que levou órgãos de imprensa a organizar um consórcio para divulgar os dados.