20 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Alagoas

Pelo menos 282 mil alagoanos passam fome, segundo o IBGE

Levantamento foi feito entre junho de 2017 e julho de 2018

Segundo o IBGE, em Alagoas pelo menos 8,5% da população vive em lares em situação de insegurança alimentar grave. Ou seja: 282 mil pessoas em algum momento convivem com a fome, que se tornou uma realidade no domicílio.

Alagoas fica atrás apenas do Maranhão no Nordeste, com maior percentual de insegurança alimentar grave (8,5%).

  1. Maranhão 12,7%
  2. Alagoas 8,5%
  3. Rio Grande do Norte 8,1%
  4. Pernambuco 7%
  5. Paraíba 6,9%
  6. Bahia 6,7%
  7. Ceará 6,5%
  8. Piauí 5,9%
  9. Sergipe 5,2%

Além disso, assustadores 60% da população do estado, ou pouco mais de 2 milões de pessoas, está em algum nível de insegurança alimentar, de acordo com a Pesquisa de Orçamentos Familiares Contínua (POF), divulgada nesta quinta-feira (17).

  • Insegurança alimentar leve (38,5%) – há preocupação ou incerteza quanto acesso aos alimentos no futuro, além de queda na qualidade adequada dos alimentos resultante de estratégias que visam não comprometer a quantidade de alimentação consumida.
  • Insegurança alimentar moderada (13,7%) – há redução quantitativa no consumo de alimentos entre os adultos e/ou ruptura nos padrões de alimentação.
  • Insegurança alimentar grave (8,5%) – há redução quantitativa de alimentos também entre as crianças, ou seja, ruptura nos padrões de alimentação resultante da falta de alimentos entre todos os moradores do domicílio. Nessa situação, a fome passa a ser uma experiência vivida no lar.

Brasil

No Brasil, em cinco anos aumentou em cerca de 3 milhões o número de pessoas sem acesso regular à alimentação básica, chegando a, pelo menos, cerca de 10,3 milhões o contingente nesta situação.

Acre (58,7%), Amapá (59,4%), Pará (61,2%), Amazonas (65,5%) e Maranhão (66,2%) são, proporcionalmente, os estados com mais domicílios em condição de insegurança alimentar.

O levantamento foi feito entre junho de 2017 e julho de 2018 e apontou piora na alimentação das famílias brasileiras. Entram na conta somente os moradores em domicílios permanentes, ou seja, estão excluídas do levantamento as pessoas em situação de rua, o que poderia aumentar ainda mais o rastro da fome pelo país.

Além do aumento da população que passa fome no país, a pesquisa mostrou também que:

  • O Brasil atingiu o menor patamar de pessoas com alimentação plena e regular
  • A fome é mais prevalente nas áreas rurais
  • Quase metade dos famintos vive na Região Nordeste do país
  • Metade das crianças com até 5 anos vive tem restrição no acesso à alimentação de qualidade
  • Mais da metade dos domicílios onde há fome são chefiados por mulheres
  • Quanto maior o número de moradores no domicílio, menor é o acesso à alimentação plena
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