19 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Economia

Pesquisa 36% dos alagoanos demorarão um ano para se recuperar financeiramente

Outros 5% acreditam ainda que não vão se recuperar financeiramente nunca mais

Em levantamento realizado pela Datamétrica Pesquisa e Consultoria Ltda, contratada pela Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste) uma pesquisa sobre os efeitos da pandemia de Covid 19 mostrou que ao menos 59% dos entrevistados foram afetados negativamente neste período.

A pesquisa completa pode ser conferida aqui

Alagoas

Segundo a pesquisa, 36% dos alagoanos acreditam que levarão mais de um ano para se recuperar financeiramente após a pandemia da Covid-19. Outros 5% acreditam ainda que não vão se recuperar financeiramente nunca mais.

Além disso, 80% dos trabalhadores de Alagoas disseram que precisaram desenvolver novas habilidades no trabalho em razão da pandemia e 39% dos alagoanos disseram que reduziram o consumo de alimentos frescos. Em contrapartida, 22% aumentaram o consumo de alimentos industrializados. A ida a bares e restaurantes diminuiu para 83% dos alagoanos.

Números

O impacto negativo foi maior entre os jovens adultos entre 31 e 40 anos (67%), com instrução até nível médio (60%) e renda até 1 salário mínimo (60%).

Considerando os resultados por unidade da federação, os moradores do Piauí (79%), Ceará (65%) e Espírito Santo (64%) foram os que mais indicaram ter perdido renda por conta da pandemia.

Para 30% dos entrevistados, será necessário um período superior a um ano para retornar a renda pessoal semelhante ao que tinha antes da pandemia.

Adultos de 31 a 40 anos de idade (37%), pessoas com instrução até nível fundamental (32%) e com renda até um salário mínimo (33%) foram os que mais citaram esse tempo de retomada. Entre os estados, os moradores que mais contribuíram para o índice de 79 foram os do Piauí (93%), Alagoas (87%) e Ceará (83%).

Aprimoramento

Foi avaliado também o impacto da pandemia na necessidade de aprender novas habilidades para continuar trabalhando, cujo indicador atingiu o resultado de 73 (impacto negativo elevado).

73% das pessoas entrevistadas afirmam que tiveram que aprender alguma habilidade nova. Pessoas de até 30 anos (87%), aquelas com nível superior (82%) e os que possuem renda superior a cinco salários mínimos (83%) foram os que mais afirmaram ter aprendido novas habilidades para seguir trabalhando durante a pandemia.

A população de Minas Gerais (97%), Espirito Santo (84%), Piauí (82%) Rio Grande do Norte (80%) e Alagoas (80%) foram os que mais desenvolveram novas habilidades.

Atuação do governo

Ao serem questionados sobre a forma de atuação do governo federal para ajudar as pessoas a superarem a crise causada pela pandemia da Covid-19, as principais expectativas da população se relacionaram ao auxílio às empresas para a geração de empregos (58%), manutenção do programa renda emergencial (45%) e investimento em vacinas/acreditar na ciência (44%).

O desejo por auxílios às empresas para geração de empregos é maior entre os moradores do Rio Grande do Norte (73%) e Piauí (70%). Os moradores da Paraíba (67%) e de Alagoas (58%) são os que mais esperam pela prorrogação do programa de renda emergencial, enquanto o investimento em vacinas gera mais expectativa entre os moradores da Paraíba (63%), Rio Grande do Norte (61%) e Ceará (57%).

Futuro

Os entrevistados esperam que medidas foquem foquem, entre outras coisas, na redução tributária, subsídios à produção, redução de encargos, novas linhas de crédito, redução de tarifas de água e luz.

Quando perguntados sobre o tempo que levará para que a situação se normalize, o final de 2021 vem sendo considerado um marco para a retomada positiva da economia e da vida de modo geral, mas um grupo de entrevistados acredita que a recuperação vai variar muito de setor para setor.

Sudene

A pesquisa foi realizada com quatro grupos, que incluem representantes dos entes governamentais e associações municipalistas;

  • instituições de categorias profissionais (representantes das Confederações e Federações estaduais de Agricultura e Pecuária, da Indústria, do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, e do Sistema S);
  • setor produtivo:
  • produtores, empreendedores, formais e informais, e empresários;
  • e Sociedade (população residente na área de atuação da Sudene).

Segundo a CGEP, esse trabalho vai municiar a Sudene com informações estratégicas para que se construa uma maior compreensão do fenômeno e os desafios que estão postos para seu enfrentamento, no sentido do planejamento e articulação de políticas voltadas ao desenvolvimento includente e sustentável da região. A pesquisa ouviu cerca de 3.200 pessoas, entre os meses de janeiro e abril deste ano.