PF diz que venda de sentenças no STJ é ‘esquema de corrupção complexo e sofisticado’

As apurações correm sob sigilo no STF e estão sob relatoria do ministro Zanin

Por DCM

A Polícia Federal formulou um pedido de prorrogação por mais 60 dias das investigações sobre um suposto esquema de venda de sentenças ao ministro Cristiano Zanin do Supremo Tribunal Federal (STF). A petição foi apresentada nesta semana e se baseia na complexidade crescente do caso, que, segundo os investigadores, envolve práticas de corrupção estruturadas e sofisticadas.

As apurações correm sob sigilo no STF e estão sob relatoria de Zanin, uma vez que o inquérito menciona ao menos um ministro do STJ, Paulo Moura Ribeiro. Também são alvo das investigações gabinetes de outros três magistrados: Isabel Gallotti, Og Fernandes e Nancy Andrighi. A abrangência do caso já provocou desconforto interno no tribunal.

Inicialmente, a Polícia Federal tratava o caso como episódios pontuais de compartilhamento de minutas de decisões judiciais. No entanto, com o avanço das análises financeiras e dos relatórios de inteligência, surgiram indícios mais graves, sugerindo a existência de uma organização com ramificações entre lobistas, empresários do agronegócio, operadores financeiros, advogados e agentes do Judiciário.

Os investigadores apontam que a estrutura criminosa alcança inclusive ex-servidores do STJ e desembargadores do Tribunal de Justiça do Mato Grosso. Em março, o ministro Zanin já havia concedido um primeiro pedido de prorrogação, à época por 45 dias, para permitir a conclusão da análise de provas recolhidas em buscas e apreensões.

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