Para descobrir o motivo do surgimento de fissuras no bairro do Pinheiro, agentes da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) farão a interdição de importantes vias na comunidade nos próximos dias.
No bairro do Pinheiro, pesquisadores do Serviço Geológico do Brasil estão realizando o estudo de eletrorresistividade. Este é um método geofísico que investiga a existência de água e estruturas geológicas em profundidade do solo.
Isto ocorre por meio de fios, que entram no solo por pequenos furos, para a indução de corrente elétrica. Estes pontos de estudo foram escolhidos estrategicamente para avaliar a gravidade dos danos causados pelo tremor registrado no último ano.
Confira as vias e horários de interdição:
• 18/01 – Rua Oldemburgo da Silva Paranhos
Horário: 8h às 17h
• 19/01 – Rua do Arame
Horário: 8h às 17h
• 21/01 – Rua Miguel Palmeira
Horário: 8h às 17h
• 22/01 – Rua Prof. José Silveira Camerino
Horário: 8h às 17h
• 23/01 – Rua Pedro Suruagy
Horário: 8h às 17h
• 24/01 – Alameda São Bento
Horário: 8h às 17h
Plano de Contigência
O Plano de Contingência foi elaborado com contribuições de órgãos federais, estaduais e municipais, e será apresentado nesta sexta-feira (18), às 09 horas, no Salão Aqualtune do Palácio República dos Palmares, no Centro de Maceió.
Para esclarecer o que de fato é o documento, o geólogo Marcos Vinícius e o analista de infraestrutura Rafael Machado, da Defesa Civil Nacional, explicam as etapas que antecederam a conclusão do documento e o que deve ser feito a partir de agora.
Outras duas etapas ainda devem ser realizadas para que seja oficializado com a assinatura dos titulares de todas as instituições envolvidas.
Em linhas gerais, conforme alinhamento entre as equipes do Governo Federal, do Governo do Estado e da Prefeitura de Maceió, o Plano ficará subdividido em duas partes.
A assistência e atendimento à população ficarão sob a responsabilidade da Defesa Civil Municipal, por meio das secretarias municipais. Já nas repostas em situações de emergência, em necessidade de atendimento imediato, a atuação será coordenada pela Defesa Civil Estadual, por meio de forças policiais.
Etapas
Vinícius conta que o Plano de Contingência, para ser elaborado, é dividido em elementos que resultam em ações estratégicas e planejadas para resposta em momentos de emergência. A primeira etapa, segundo ele, é a identificação do cenário de risco.
“No caso do Pinheiro, esta etapa do trabalho foi identificada pelas equipes do Serviço Geológico do Brasil e está constantemente sendo revisada, visto que o evento ainda está em progressão. É a fase em que é apontado o grau de risco da situação, mapeando toda a região”. Marcos Vinícius, geólogo.
O segundo elemento do Plano consiste no mapeamento da população vulnerável. Com dados levantados pela Defesa Civil de Maceió e por meio de censo, foram buscadas a quantidade de crianças, idosos e pessoas com deficiências ou dificuldades de locomoção que vive no local, que em um momento de emergência é o primeiro grupo a ser assistido.
Em seguida, o Plano define as rotas de fuga, que são traçadas levando em consideração o cenário de risco e o mapeamento da população vulnerável. “É necessário definir as rotas para que, no momento de emergência, a população saiba por quais locais deve evacuar, por quais vias deve sair. O quarto elemento do Plano é a definição dos pontos de encontro, os pontos de apoio e os pontos de abrigo”.
Evacuação é parte do Plano
Definidos todos esses elementos, o Plano também define o sistema de monitoramento, etapa que, segundo o geólogo, já vem sendo executada pela Defesa Civil de Maceió por meio de vistorias constantes no bairro.
“A integração de todos esses elementos é o resulta nas ações de contingência para que, a partir disso, seja definido e elaborado o plano de evacuação, que é a retirada de famílias em grande proporção. É importante enfatizar que o Plano de Contingência é diferente do Plano de Evacuação. O de Contingência é um documento bastante robusto, que tem entre seus capítulos o Plano de Evacuação”. Marcos Vinícius, geólogo.
Com a definição de todos os elementos do Plano de Contingência, outras duas etapas ainda são necessárias. Há a necessidade da realização de um simulado com toda a população alvo e depois a realização de uma audiência pública com a participação da sociedade civil, representantes da iniciativa privada e todas as instituições envolvidas na elaboração do Plano.
É nesta última etapa que o documento é inteiramente validado e assinado por todos os representantes dos órgãos participantes.