29 de março de 2024Informação, independência e credibilidade
Justiça

Policial penal que matou petista queria ficar em prisão domiciliar, mas juiz negou

O policial Jorge Guaranho matou a tiros o dirigente do PT, Marcelo Arruda, que estava na própria festa de aniversário em Foz do Iguaçu (PR)

Jorge Guaranho matou petista, enquanto berrava “mito, mito”, em Foz do Iguaçu

A Justiça revogou, nesta sexta-feira, a prisão domiciliar do policial penal Jorge Guaranho e determinou a transferência dele para o Complexo Médico Penal (CMP) de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.

O juiz Gustavo Germano Francisco Arguello tomou a decisão de restabelecer a prisão preventiva do réu, após a Secretaria de Segurança Pública (Sesp) informar que o local para onde o agente será levado apresenta plenas condições estruturais e humanas de tutelá-lo. Guaranho é acusado de homicídio qualificado pela morte do dirigente petista Marcelo Arruda.

O Judiciário tinha aderido, na última quarta-feira, o pedido feito pela defesa do acusado, de mantê-lo em prisão domiciliar com tornezeleira, após receber ofício da direção do Complexo Médico Penal afirmando não reunir condições estruturais, técnicas e de pessoal para prestar o atendimento necessário para manutenção da vida de Guaranho.

Os advogados do réu já haviam feito um primeiro pedido para a conversão da prisão dele em domiciliar, o que foi negado pela Justiça.

Nesta sexta-feira, após a expedição de um novo ofício da secretaria de Estado apontando que o CMP tem condições de garantir a manutenção diária das necessidades básicas do réu, com supervisão contínua, e levando em consideração as informações do Relatório de Evolução Médica do paciente, Arguello revogou a decisão da prisão domiciliar de Guaranho e restabeleceu a preventiva.

“Deste modo, revogo a cautelar de monitoração eletrônica e a prisão domiciliar concedida, bem como restabeleço a prisão preventiva nos moldes como anteriormente decretada, ou seja, a ser cumprida em estabelecimento prisional. Comunique-se em HC pendente junto ao Tribunal de Justiça do Paraná”, escreveu o magistrado.

O crime hediondo de cunho político

O agente penal José Guaranho matou a tiros o guarda municipal e petista Marcelo Arruda (foto), que comemorava seu aniversário de 50 anos, na madrugada de 10 de julho.

Ex-candidato a vice-prefeito na chapa do PT de 2020 em Foz do Iguaçu (PR), Arruda fazia uma festa com tema do seu próprio partido quando foi alvejado por Guaranho, na sede da Associação Esportiva Saúde Física Itaipu.

Guaranho entrou a festa gritando “aqui é Bolsonaro, mito, mito” e disparou contra o aniversariante que mesmo caído ainda reagiu e também disparou sua arma contra ele.