Por que os gatos seguem seus tutores pela casa?

Estudos revelam que comportamento está ligado ao apego emocional, curiosidade e até sinais de ansiedade de separação.
Gatos seguem tutores por apego emocional, curiosidade e, em alguns casos, ansiedade de separação. Entenda os motivos e como identificar sinais importantes. – Imagem: Freepik

Quem convive com felinos já se acostumou com a cena: basta mudar de cômodo e lá está o gato, silencioso, te acompanhando como uma sombra. Esse comportamento, embora aparentemente simples, tem explicações profundas no vínculo entre humanos e animais.

Ao contrário dos gatos selvagens, que costumam ser solitários, os gatos domésticos desenvolveram laços sociais significativos com os humanos ao longo do processo de domesticação. Um estudo da Oregon State University, conduzido em 2019, demonstrou que mais de 65% dos gatos desenvolvem um tipo de apego seguro com seus tutores, comportamento semelhante ao observado entre bebês humanos e seus cuidadores. Nesses casos, a presença do tutor transmite segurança e conforto.

Além do laço emocional, outro fator é a curiosidade. Gatos são atentos aos padrões humanos e rapidamente associam ações a consequências que os beneficiam — como abrir a geladeira ou mexer na ração. Isso foi confirmado por pesquisas publicadas no Journal of Veterinary Behavior, mostrando que os felinos reconhecem gestos cotidianos e os relacionam a momentos de alimentação ou interação.

O etólogo John Bradshaw, da Universidade de Bristol, também aponta que o processo de domesticação permitiu aos gatos desenvolverem uma capacidade social rara entre felinos. Para muitos, o tutor é percebido como parte de sua “colônia”, exercendo não só o papel de provedor, mas também de fonte de afeto.

No entanto, esse comportamento pode ter um lado delicado. A American Veterinary Medical Association (AVMA) alerta que a busca excessiva por proximidade pode, em alguns casos, indicar ansiedade de separação. Embora mais comum em cães, gatos também podem apresentar esse quadro, especialmente se acostumados a uma rotina muito próxima de seus tutores.

Nesses casos, é importante observar o comportamento geral do pet. Se o gato demonstra sinais de angústia quando deixado sozinho, o acompanhamento veterinário pode ser necessário para avaliar a necessidade de intervenção profissional.

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