Por Wagner Melo, jornalista
Segundo estimativas do setor produtivo, o alagoano poderia pagar R$ 2 pelo preço do etanol, na bomba, já que o estado possui unidades produtoras do combustível. Seria a libertação da gasolina, que está cara demais. Mas, por que cargas d’água pagamos um preço tão alto por ele?
A resposta é revoltante: devemos esse murro no estômago aos atravessadores. O álcool sai de Alagoas, vai para fora e volta mais caro. As distribuidoras pagam, em média, R$1,54 pelo litro e revendem por 3,20.
Não seria mais inteligente os postos receberem o líquido precioso diretamente do produtor?
É isso que a Defensoria Pública questiona na justiça. Nessa semana, o órgão ingressou com Ação Civil Pública na Justiça Federal em face da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustível (ANP).
O objetivo é permitir que produtores negociem o biocombustível diretamente com os revendedores. A imposição compulsória de distribuidoras intermediárias seria ilegal e compulsória, segundo a Defensoria.
“A ação, que tem abrangência nacional, assinada pelo defensor público do Núcleo de Direitos Coletivos e Humanos, Fabrício Leão Souto, tem como alvo o artigo 6º, II da Resolução nº 43/2009 da ANP, que restringe a venda de etanol mediante a imposição compulsória de poucas distribuidoras por ela autorizadas, alongando desnecessariamente e tornando ineficiente a cadeia de comercialização do biocombustível”, informou a assessoria do órgão.
O processo está com o juiz Ricardo Zagalo, da 3ª Vara Federal.
Em jogo, os interesses do consumidor x o mercado voraz por lucro em cima do empobrecimento da população.