Uma vez flagrado no crime, o governo de Jair Bolsonaro adotou uma estratégia de censura à informação, para que a população não tome conhecimento dos malfeitos.
Foi assim que surgiu a onda de decretar 100 anos de sigilo para os casos e denúncias envolvendo o governo.
O mais recente caso é do assassinato do sergipano Genivaldo de Jesus, em uma câmara de gás improvisada no porta malas de uma viatura, por agentes da Polícia Rodoviária Federal. A PRF também decretou 100 anos de sigilo sobre o crime.
Genivaldo de 38 anos foi morto em Umbaúba, Sergipe, após uma abordagem de agentes por conduzir uma motocicleta sem capacete. O crime acontecceu no dia 25 de maio.
O jornal brasiliense Metrópoles solicitou a quantidade, os números dos processos administrativos e acesso à íntegra dos autos já conclusos envolvendo os cinco agentes que assinaram o boletim de ocorrência policial sobre a abordagem. São eles: Clenilson José dos Santos, Paulo Rodolpho Lima Nascimento, Adeilton dos Santos Nunes, William de Barros Noia e Kleber Nascimento Freitas.
Foi exatamente aí que a PRF alegou que o processo estava com 100 anos de sigilo, sob a alegação de “proteção da informação sigilosa e da informação pessoal, observada a sua disponibilidade, autenticidade, integridade e eventual restrição de acesso”.
Diz a PRF que “configura, inclusive, conduta ilícita divulgação de informação pessoal”,
Mas, como bem o diz o jornal, o caso, no entanto, não é nada de informação pessoal, mas de ações relativas à conduta profissional dos servidores federais.
Enfim, os agentes cometeram um crime hediondo e o governo, como nos regimes autoritários, abafa o caso, jogando-o para debaixo do tapete.
Tristes sinais dos tempos na velha Terra de Santa Cruz.