Após os pedidos de prisões e buscas e apreensões contra ex-executivos das Lojas Americanas, a Polícia Federal declarou que que a cúpula da empresa não “media esforços para enganar o mercado financeiro” por meio de fraudes contábeis, que escondiam os resultados negativos da varejista e garantiam lucros astronômicos aos seus dirigentes.
Os executivos da empresa escondiam do balanço documentos e planilhas falsificados, dívidas contraídas com os bancos e créditos inexistentes eram criados e lançados na contabilidade da companhia”, diz a PF.
Prisão do ex-CEO
Para as ações da Polícia Federal, que prendeu nesta sexta-feira, 28, o ex-CEO da Americanas, Miguel Gutierrez, em Madri, as declarações de Flávia Pereira Carneiro Mota, responsável pela Controladoria da Americanas , e Marcelo da Silva Nunes, diretor financeiro, foram fundamentais para a Justiça Federal e as investigações da PF.
Em meio ao roteiro da fraude, Flávia relatou que havia um arquivo denominado “verdes e vermelhos”, que guardava as expectativas de crescimento por parte dos analistas de mercado. Segundo ela, quando as expectativas não eram atingidas, a diretoria “alterava os resultados para não frustrar as expectativas do mercado”.
Os delatores declararam que o ex-CEO da empresa Miguel Gutierrez, apontado como parte do primeiro escalão na “hierarquia da fraude”, tinha conhecimento do “arquivo verdes e vermelhos”, usado como uma espécie de “régua” para que a varejista fraudasse resultados de acordo com as expectativas do mercado.