25 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Próximo ministro do Meio Ambiente pediu fuzilamento do MST nas eleições

MPE: Ricardo Salles gastou R$ 260 mil em propaganda eleitoral antecipada

O futuro ministro de Meio Ambiente do governo Jair Bolsonaro (PSL), Ricardo Salles, foi acusado pelo Ministério Público Federal (MP), de abuso de poder econômico e uso indevido de meios de comunicação nas eleições de 2018. Com isso, ele pode ficar inelegível por oito anos.

Ricardo Salles foi candidato neste ano, pelo partido Novo, à deputado federal, e não conseguiu se eleger, mas ocupa a primeira suplência para o cargo.

Esta nova acusação se soma à ação de improbidade administrativa por suspeita de ocultação de alterações em mapas de zoneamento ambiental do rio Tietê, quando secretário de Meio Ambiente do governo de São Paulo na gestão de Geraldo Alckmin (PSDB).

Crime eleitoral

Ele comprou espaço para 13 anúncios no jornal O Estado de S.Paulo ao custo de R$ 260 mil, entre 30 de maio e 22 de julho deste ano. Segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a propaganda eleitoral era permitida a partir de 16 de agosto. Portanto, o fez de forma antecipada.

As propagandas foram consideradas “de propaganda institucional da pessoa jurídica ‘Movimento Endireita Brasil’ (que ele fundou e preside), com presença de fotografias, assinatura e nome do futuro ministro em todas elas.

Curiosamente, entre os exemplos de coincidência de suas propostas políticas estão: tolerância zero em relação à criminalidade, privatizações e combate à “velha política”.

E mais preocupante do que o crime eleitoral foi a mensagem forte que ele passava em seus conteúdos de campanha. Numa das peças, Salles dizia que balas de fuzil seriam soluções para javalis, bandidos no campo, MST e a esquerda de forma geral.

O partido Novo, após a repercussão do caso, afirmou que “não compactua com qualquer insinuação ou apologia à violência”. A sigla também disse que fez orientações ao então candidato e que não aprovava a mensagem contida na propaganda.

Triste é que o processo foi apenas por crime eleitoral, e não por incitação a violência.