25 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

PSDB pode punir Tereza Nelma por ter votado contra reforma da Previdência

Deputada federal responde ao conselho de ética do partido tucano, o mesmo que livrou Aécio Neves apesar de todos os inquéritos de que é alvo

Após a direção nacional do PSDB ter poupado Aécio Neves (MG), suspeito de corrupção, da abertura de um processo de expulsão, a sigla poderá punir outro congressista tucano:

A deputada federal por Alagoas, Tereza Nelma, responde ao conselho de ética do PSDB por ter votado contra a reforma da Previdência. O conselho do partido analisará a situação dela, que está sujeita à expulsão ou perda de cargos partidários.

Ela contrariou uma determinação do partido ao votar contra a reforma, sendo a única do partido contra a executiva nacional, que havia fechado questão a favor do projeto, ou seja, todos os deputados deveriam votar “sim”. Pela desobediência, conforme previsto no código de ética dos tucanos, ela foi levada ao conselho.

 

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Aécio Neves, por exemplo, chegou a ser alvo de dois pedidos de expulsão, elaborados pelos diretórios municipal e estadual do PSDB de São Paulo, mas não teve seu caso encaminhado ao conselho de ética para investigação e sugestão de sanção.

Aécio é investigado em uma série de inquéritos e se tornou réu, em abril de 2018, sob acusação de corrupção passiva e obstrução da Justiça. O deputado ainda não foi julgado, mas na última quarta (21), foi decidido por 30 votos a 4 que esse caso deveria ser arquivado em vez de levado ao conselho.

E ao contrário da situação de Aécio, em que não havia indício a ser apurado ou mensurado pela executiva, no caso de Nelma, a violação do estatuto é indiscutível, já que havia uma ordem da executiva, do dia 11 de junho, pelo voto “sim” à reforma da Previdência.

A defesa da deputada foi apresentada na sexta-feira (23). O presidente do PSDB, Bruno Araújo, ao encaminhar a situação de Nelma ao conselho de ética, recomendou que ela seja destituída de cargos de direção ou representação partidária. A deputada é a 2ª secretária da executiva nacional do partido.

Essa é a menor sanção prevista no código de ética para situações de voto contrário ao que determinou a sigla. As punições podem ser perda de cargo partidário, suspensão de recursos para financiamento eleitoral, negativa de legenda para disputar cargos eletivos e expulsão do partido.