A deputada Sâmia Bomfim (PSol-SP), que é esposa de Glauber Braga, passou a questionar a mesa diretora da Câmara dos Deputados porque nunca enviou à Comissão de Ética para votação o processo de cassação do deputado Chiquinho Brazão (União-RJ), acusado de ser o mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol-RJ) e do motorista dela, Anderson.
Chiquinho Brazão, após passar mais um ano preso, conquistou na semana passada o direito a prisão domiciliar , devido a questões de saúde.
Segundo a deputada, é absolutamente desproporcional a pena de perda de mandato de Glauber Braga, deputado do Psol do Rio Janeiro. Ele teve o pedido de cassação aprovado na comissão de ética por 13 votos a 5. “Mas, temos parlamentares, como Chiquinho Brazão, preso há mais de um ano, e até hoje o plenário da Câmara não teve a dignidade de pautar sua cassação,” disse Sâmia Bonfim.
Antes da votação de Glauber, na terça-feira, o presidente do parlamento chegou a se reunir com parlamentares do PSol e indicou que, “em breve”, pautaria o Caso Brazão, como tentativa de equilibrar as decisões do parlamento.
Para a deputada, a mesa da Câmara atua com dois pesos e duas medidas nessa questão. Isso porque em 16 de março deste ano o pedido de cassação do deputado Chiquinho Brazão completou 200 dias, mas continua paralisado na Câmara dos Deputados.
Cabe ao presidente da Casa, o deputado Hugo Motta (Republicanos), definir a data de análise do pedido protocolado pelo Psol em março de 2024. Mas ele preferiu encaminhar rapidamente o pedido para cassar Glauber Braga, um parlamentar de esquerda
A cassação de Brazão foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), em agosto passado. E embora esteja preso desde março de 2024, Chiquinho mantém 24 assessores ativos e a verba mensal de seu gabinete somou R$ 124 mil no ano passado.