Brasil – A não ser os ratos que um servidor da Câmara soltou durante uma sessão da CPI da Petrobrás, até agora, segundo os deputados nenhum fato novo surgiu na comissão. Essa história está deixando a todos intrigados, além de revoltados, uma vez que não tiveram acesso aos depoimentos sigilosos dos delatores ao Ministério Público e ao Juiz federal Sérgio Moro.
Da maneira como os trabalhos vão acontecendo, a CPI será mais uma a não apontar para lugar algum no processo de corrupção da estatal. Ficará então o Poder Judiciário com a missão de apontar os caminhos – punindo os responsáveis pelo escândalo ou não – de acordo com as provas materiais do caso que se tornou no maior evento de mídia do País, em função dos bilhões de dólares desviados da companhia.
O que se sabe até agora é que a CPI aprovou 209 requerimentos e ouviu oito pessoas, em depoimentos que somam quase 50 horas. Ao todo, foram realizadas dez sessões: sete destinadas a depoimentos, uma para instalação e duas para votar requerimentos. Em uma das reuniões mais conturbadas, quando foi ouvido o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, cinco roedores foram soltos no plenário, o que provocou gritos e tumulto
Deputados criticam o fato de ainda não terem tido acesso a documentos sigilosos, mas só ao conteúdo disponibilizado na internet. Além disso, depoimentos prestados até agora são de pessoas já ouvidas em outras CPIs ou pela Justiça, que já tornou parte das declarações públicas. Para o relator, Luiz Sérgio (PT-RJ), a CPI “tem corrido atrás” do que já foi revelado pela Polícia Federal, o Ministério Público e a Justiça Federal. “A CPI ainda não trouxe nada de novo. Tudo o que se falou, se discutiu são questões já conhecidas.”
O relator ressalta que o pagamento de propina envolvia funcionários da Petrobras, empresários, partidos e parlamentares, mas que, até o momento, só foram ouvidos ex-funcionários da estatal e o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. “É uma CPI que está virando um samba de uma nota só”, reclama.