Depois do senador Fernando Collor ter se apropriado do “legado” político de Jair Bolsonaro, em Alagoas, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), resolveu reagir e disse a lideranças do agronegócio alagoano, que ninguém representa mais Bolsonaro no Estado do que ele.
“Ninguém vai roubar isso de mim. Temos que saber diferenciar quem precisa de Bolsonaro e quem ajuda Bolsonaro a trabalhar”, disse o presidente da Câmara.
Lira apoia a candidatura do senador Rodrigo Cunha (UB) ao governo do Estado, que tem como candidata a vice a deputada estadual Jó Pereira, que é prima dele.
A declaração, com forte apelo emocional, tem como propósito alavancar eleitoralmente a chapa que abraçou, para derrotar as articulações políticas do arquinimigo, senador Renan Calheiros (MDB), cujo candidato a governador, Paulo Dantas (MDB), aparece em primeiro lugar em todas as pesquisas.
O grande problema é que enquanto Lira abraça Bolsonaro e sua causa, o candidato Rodrigo Cunha quer distância do presidente da República por uma razão muito particular.
Bolsonaro, nos anos 90, votou na Câmara contra a cassação do mandato do então deputado federal, Talvanes Albuquerque, que foi condenado e preso no Estado, como o mandante do assassinato de Cecí Cunha, mãe de Cunha, que também era deputada federal.
Lira, portanto, sente o drama eleitoral de sua chapa e sabe que não será fácil. Principalmente por que Cunha, antes da campanha, liderava todas as pesquisas eleitorais, e agora disputa o terceiro ou quarto lugar.
Lira e Collor andavam colados na pré-campanha. Agora não sentam à mesma mesa.
Mas, diga aí: Quem é mais Bolsonaro, Lira ou Collor?