19 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Reforma ministerial: General assume Casa Civil e Onyx vai para Cidadania

Bolsonaro celebrou o fato de Walter Souza Braga Netto ser mais um militar no Planalto

O presidente Jair Bolsonaro anunciou que Osmar Terra deixará o Ministério da Cidadania e será substituído por Onyx Lorenzoni. A Casa Civil, até então comandada por Onyx, passará ao general do Exército Walter Souza Braga Netto.

Assim, os militares preenchem mais uma vaga na cúpula presidencial. Os outros ministros que têm origem no Exército são os generais Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), que também é general o vice-presidente, Hamilton Mourão.

O único que não veio do Exército é Jorge Oliveira, major da reserva da Polícia Militar do DF à frente da Secretaria-Geral da Presidência .A cerimônia de transmissão dos cargos acontece na próxima terça-feira (18), às 15h, no Palácio do Planalto.

Onyx afirmou nas redes sociais que continuará trabalhando com “zelo, empenho e dedicação” independentemente do “número da camisa”. E após o anúncio da demissão, Terra disse por meio de nota que estará onde for “mais importante para o governo e para o presidente Jair Bolsonaro”.

“Sou deputado no sexto mandato, com muito orgulho. Agradeço ter ajudado o Brasil e quero continuar ajudando onde estiver”. Osmar Terra, ex-ministro da Cidadania.

Terra era questionado dentro do governo e encontra uma “saída honrosa” para Onyx, que enfrentou crises na Casa Civil e de esvaziamento de poder desde o ano passado em razão de seu desempenho na articulação política com o Congresso. A situação do deputado eleito pelo DEM à frente da pasta piorou desde que seu número 2 foi demitido por usar um avião da FAB.

Planalto militar

Em transmissão ao vivo no Facebook, sobre as trocas de ministros anunciadas hoje. Bolsonaro celebrou o fato de Walter Souza Braga Netto ser um general do Exército.

“Trocamos hoje dois ministros, né? Ficou completamente militarizado o meu terceiro andar. São quatro generais ministros agora”. Jair Bolsonaro, presidente.

Os quatro dividem o Palácio do Planalto com Bolsonaro, mas seus respectivos gabinetes ficam no quarto andar, e não no terceiro, como dito pelo presidente. Jorge Oliveira também não é general, e sim major da reserva da Polícia Militar do Distrito Federal, e Rêgo Barros não é ministro.

Depois de exaltar os militares, Bolsonaro afirmou não ter nada contra os civis que integram seu governo. “Temos civis excepcionais. Sergio Moro (Justiça), por exemplo. O Tarcísio Gomes de Freitas (Infraestrutura]. É civil ou militar? Ah, é militar…”. Bolsonaro, rindo.

Bolsonaro avaliou que os ministros estão “indo bem” e defendeu que o combate à corrupção começa na escolha de nomes para o governo. O presidente voltou a dizer que não houve “nenhuma denúncia” contra sua gestão.