O senador Renan Calheiros (MDB-AL) retirou seu nome da disputa para a presidência do Senado, depois que Flávio Bolsonaro (PSL) abriu a cédula e declarou o voto em Davi Alcolumbre (DEM-AP).
Renan criticou a condução do processo, em especial a iniciativa de alguns senadores de abrirem o voto dado na cédula, contrariando a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Mas, foi depois disso que entrou no tablado um personagem especial que levou o senador alagoano a sair de cena.
Isto é, a decisão do senador alagoano de retirar a candidatura teve a ver com a orientação do governador de Alagoas, Renan Filho (MDB), que sugeriu ao pai que estava na hora de uma saída honrosa do processo.
Renan Calheiros entendeu que o filho tinha razão, considerando toda a situação de desgaste vivida no Senado desde o inicio da sessão preparatória no dia primeiro de fevereiro, até o desfecho desta tarde de 2 de fevereiro.
Percebeu que insistir na candidatura com a zoada estabelecida contra ele em plenário era tão somente aumentar o desgaste do próprio nome e, além disso, arrastar no meio de tudo o nome do próprio filho que tem se notabilizado como um gestor diferenciado no Estado de Alagoas.
Manter-se como candidato a qualquer custo seria, no entender dos Calheiros, prejudicar o governo de Alagoas nas suas demandas e nos seus propósitos de continuar avançando na construção de um Estado mais moderno.
Diante de todo o teatro mambembe verificado no Senado nesses dois dias, a Renan Calheiros cabe a reengenharia do próprio mandato, para preservar a administração estadual, sob pena de colocar em risco a legitimidade do governo de Renan Filho.
E aí, é bom que se diga que governo é legítimo quando “seus atos são percebidos como adequados e desejáveis em face dos valores e normas da sociedade”, como bem disse o cientista social Hamilton Carvalho.
Dito isto, fecham-se as cortinas.