Licitada em 2016 e com recursos empenhados no governo Dilma Roussef, a construção do viaduto no trevo da Polícia Rodoviária Federal, em Maceió, foi entregue ao Consórcio Rotatória Rodoviária (S. A. Paulista/Astec), que recebeu um aporte de R$ 23 milhões para iniciar a obra.
Nessa época o senador Renan Calheiros foi quem conseguiu os recursos junto ao governo petista.
Dilma sofreu em seguida o impeachment e a obra foi continuada pelo então presidente Michel Temer que, em dezembro de 2017, liberou mais R$ 46,3 milhões para a construção do viaduto. Temer concluiu o orçamento de um total de quase R$ 80 milhões em 2018.
Entre 2017 e 2018, a liberação dos recursos foi capitaneada e alardeada pelo então ministro dos Transportes, Maurício Quintella.
Para o governo do Estado, a obra já está inaugurada e não recebeu um centavo sequer do governo atual. Por isso mesmo, o governador Renan Filho (MDB) não estará no palanque do evento que o presidente Jair Bolsonaro estará realizando nesta quinta-feira, 13, para dizer que a obra é sua.
O viaduto foi construído pela Secretaria Estadual de Transportes, com os recursos recebidos dos governos anteriores.
Por ser o presidente da República, Jair Bolsonaro, tem todo o direito de dizer que o viaduto foi concluído em seu governo, mesmo sem ter liberado verbas para a obra. Isso é da política.
Mas, o ato dele em Maceió, além de posar para a foto no viaduto, tem como essência o contraponto ao trabalho da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que investiga as omissões do governo federal no combate à pandemia do Covid-19.
Mais emblemático ainda por que o relator da CPI é o senador Renan Calheiros, pai do governador de Alagoas, adversário de Bolsonaro.
Nesse contexto, o governador do Estado não estará com o Presidente da República na festa do viaduto.
Renan Filho vai a Major Isidoro, nesta quinta-feira, assinar a ordem de serviço da duplicação do primeiro trecho rodovia que liga Arapiraca a Delmiro Gouveia.
Em todo o caso, na placa da inauguração deverá constar Presidente Jair Messias Bolsonaro e Governador José Renan Filho.
Quanto a Dilma, Temer e Maurício Quintella, só no registro da história.