19 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Renan retira crimes de genocídio e homicídio em relatório final da CPI

Senadores decidiram trocar o termo por ‘crime contra a humanidade’

Encerrada a reunião do G7, na noite desta terça (19), o grupo majoritário da CPI da Covid, senadores de oposição e que se consideram independentes do governo Bolsonaro, confirmaram mudanças no relatório final de Renan Calheiros.

E foi o próprio presidente do colegiado, senador Omar Aziz (PSD-AM), que confirmou que os senadores decidiram trocar o termo “genocídio” por “crime contra a humanidade” do relatório do senador Renan Calheiros (MDB-AL).

“A questão do genocídio está pacificada e deverá ser retirada do relatório. Estamos discutindo agora as tipificações em relação ao presidente Bolsonaro”. Omar Aziz, presidente da CPI.

Leia mais: Bolsonaro diz que não se preocupa com relatório da CPI: ‘Renan é suspeito de corrupção’

A mudança acontece depois das divergências entre os senadores por causa da tipificação dos crimes atribuídos ao presidente Jair Bolsonaro e ao governo federal em relatório vazado, tudo indica que por Renan Calheiros, na semana passada.

Segundo Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI, a reunião serviu para criar um consenso em torno do texto produzido pelo colega alagoano, com votação prevista para ocorrer na próxima terça-feira (26).

O encontro ocorreu hoje na casa do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), após Omar Aziz cancelar a reunião na sua. O encontro também contou com a participação dos senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE), Rogério Carvalho e Eliziani Gama (Cidadania-MA)

Foto: Leopoldo Silva

Mudanças

O crime de “homicídio” também poderá ser retirado do rol de indiciamentos contra Bolsonaro. No lugar, os senadores poderão classificar os atos negacionistas como sendo de “epidemia com resultado de morte”.

Da mesma forma, foi retirado o crime de advocacia administrativa do filho “01” do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ). Os senadores ainda discutem os crimes atribuídos ao parlamentar pela divulgação de fake news.

Além disso, o nome do pastor Silas Malafaia, que tem aconselhado o presidente Bolsonaro, permanecerá citado no relatório da CPI, mas não mais constará na lista de indiciados.

Apesar de todas as mudanças, o senador Rogério Carvalho (PT-SE) classificou as mudanças no relatório como sendo apenas de “ajustes” na escrita e “nos tipos penais”.