Eleito após uma suposta facada no “momento certo” da campanha, ganhando um álibi para não ser massacrado durante os debates – o que deixaria exposta sua incapacidade para governar o país -, Bolsonaro deve ser operado em breve.
O problema de saúde, que não fica claro porque a transparência não é o forte desse desgoverno, surge num momento crítico para a falta de gestão federal. A cada dia, a CPI da Pandemia destrói o mito do governante “enviado por Deus”, quase um ser celestial, que não rouba e não deixa roubar.
O Ministério da Saúde completa a desmoralização ao reconhecer a ineficácia de alguns remédios do famigerado “kit covid-19” que Bolsonaro, metido a veterinário, tentou receitar até para uma ema. Acrescente à “obra” bolsonariana os mais de meio milhão de mortos pela pandemia que ele ignora, além de sabotar todas as medidas necessárias para contê-la.
Metade dos brasileiros estão em situação de insegurança alimentar. A inflação, energia elétrica, combustíveis e o gás de cozinha estão com os preços nas alturas. A reprovação do desgoverno segue batendo recordes e a perspectiva de uma derrota humilhante nas urnas em 2022 é real.
Essa doença, assim como a facada, poderia ser uma desculpa para o “mito” renunciar. Nessa semana, vi algumas manifestações alegando que, nos bastidores, Bolsonaro estaria negociando a renúncia. Em troca, impunidade para ele e os filhos.
Apesar de esperar tudo dessa raça, espero que não seja verdade. Que a cirurgia de Bolsonaro seja bem-sucedida, que ele se recupere plenamente e que, derrotado em 2022, vá para a cadeia, juntamente com os filhos, nem que seja por julgamento nos tribunais internacionais.
Que, além das leis dos homens, o “mito” responda também à lei do retorno. É o que esperamos.