29 de março de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Robôs e fake news: Ao menos 1,5 milhões de contas são banidas do WhatsApp no Brasil

Ao menos 80% de uma rede de desinformação pró-Bolsonaro, que disseminava fake news durante as eleições, continuava ativa no WhatsApp

Pelo menos 1,5 milhão de contas de usuários no Brasil, de outubro de 2018, antes do segundo turno das eleições presidenciais, até o fim de setembro deste ano, foram banidas pelo aplicativo de troca de mensagens WhatsApp.

As contas foram banidas por suspeita de uso de robôs, disparo em massa de mensagens e disseminação de fake news e discurso de ódio e incluem perfis banidos temporariamente ou para sempre.

A direção do aplicativo, que pertence ao Facebook, afirma que a detecção de contas a serem banidas é feita em três etapas: no registro da conta, pelo comportamento da conta na troca de mensagens e nas denúncias e bloqueios feitos por outros usuários.

O total não é oficial, mas uma estimativa com base em cinco comunicados recentes da empresa. E uma tendência que mostra o trabalho da empresa para combater a epidemia de fake news que tomou conta do aplicativo.

De outubro para cá, foram canceladas aproximadamente 22 milhões de contas de usuários em todo o mundo, uma média de 2 milhões de contas por mês. Hoje, o WhatsApp tem cerca de 1,5 bilhão de contas ativas no planeta. Até 2017, 120 milhões de números brasileiros estavam no aplicativo, segundo informações oficiais da empresa que não foram atualizadas desde então.

Fake news

Em média, o WhatsApp bane ao menos 125 mil contas por mês no país por uso irregular da plataforma. Durante as eleições, houve um pico de contas banidas, o que pode distorcer a média para cima.

Ao menos 80% de uma rede de desinformação pró-Bolsonaro, que disseminava fake news durante as eleições com uso de robôs e disparo em massa de mensagens, ainda continuava ativa no WhatsApp.

Quase a totalidade dos textos na rede analisada era propaganda a favor do presidente Jair Bolsonaro (PSL) ou informações falsas a respeito de adversários do hoje presidente da República. Após as eleições, a tônica passou a ser a defesa do presidente e do governo federal de uma forma geral, além de ataques a adversários e fake news sobre o noticiário.