Senado implode licenciamento ambiental e apoia passe livre para privatização de praias

Liberar desmatamento e acabar estudos de impacto ambiental é transformar crime da Braskem em obra do acaso

O PL da devastação aprovado na noite desta quarta-feira, 21, no Senado Federal é a prova real de que a humanidade é uma coisa insignificante, diante dos interesses das oligarquias de mercado que plantam dificuldades para colher facilidades para os seus negócios.

O PL aprovado pela maioria dos senadores estabelece a institucionalidade da destruição do meio ambiente no País. O que está posto é que, praticamente, acaba com estudos de impacto ambiental e implode o licenciamento para obras em solo urbano e rural.

Os senadores simplesmente estabeleceram o livre desmatamento seja na Mata Atlântica ou na Floresta Amazônica, em nome dos interesses do agronegócios ou de quaisquer outros grupos viciados em atividades potencialmente destrutivas.

Aliás, os investidores desse mercado sempre perseguiram uma forma de ficar livre de controle ou fiscalização dos instrumentos protetores do meio ambiente. Por isso mesmo a bancada ruralista abraçou a causa que lhe rende mais.

Vale reforçar que é pelo licenciamento ambiental que o poder público autoriza a instalação, ampliação e operação de empreendimentos que utilizam recursos naturais ou podem causar impacto ao meio ambiente.

A questão é de uma gravidade tamanha que, a partir da sanção ou promulgação de um projeto desses, casos como o da Braskem, em Maceió, não será mais crime. Será mera tragédia.

Assim também será quando barragens como as de Brumadinho e Mariana, em Minas Gerais, desabarem pelo País afora. Serão obras do acaso.

Enfim, destruam tudo e se perpetue a impunidade.

Lamentavelmente, essa é uma causa que não tem a discussão necessária, nem o pertencimento do eleitorado. O eleitor em sua maioria sem noção, diga-se, apenas fixa os olhos em algo que lhe atrai e satisfaz de forma imediata, no dia da eleição.

Só vai viver o drama – e não saberá o porquê – quando as praias que frequenta estiverem cercadas e o pobre mortal for proibido de pisar na areia, pois lá estará a placa:

-Não entre. Propriedade particular!

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