Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) investiga um caso suspeito de ‘vaca louca’ em um frigorífico de Belo Horizonte. A informação foi divulgada nessa quarta-feira (1°/9) pelo “Portal UOL”.
Apesar de o mercado já ter sofrido os efeitos da informação, especialistas acreditam que não há motivo para preocupação, já que o caso é considerado atípico.
O comércio internacional de boi gordo na Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, chegou a ser paralisado. O preço da arroba despencou 4%, chegando ao patamar de R$ 297,65.
“O Brasil é um grande exportador de carne e não tem histórico da doença da vaca louca. Este caso, como alguns outros que surgiram no Brasil, é individual. E, pelo menos, por enquanto, não tem o risco de transmissão coletiva dessa doença”, explica Miguel Daoud, analista econômico financeiro, especializado no setor agropecuário.
No mercado internacional, quando acontecem casos como este, o país é obrigado a avisar. “Ele não pode omitir esse tipo de informação conforme as regras de atuação do comércio internacional.”
Para Daoud, a queda no preço pode ser considerada normal. Além disso, ela não deve afetar ou preocupar o mercado.
“O mercado financeiro é meramente especulativo. Num primeiro momento, o mercado traz para o presente e isso é sentido no mercado futuro, na B3. Por isso, a queda do preço. No boato, o mercado tem esse comportamento. O que o mercado futuro refletiu foi o sentimento de investidores preocupados com este caso. (O preço) caiu um pouco, mas já se recuperou. Não é um fato preponderante, que vai continuar caindo, derretendo como as pessoas falam.”
Porém, se o caso for confirmado pode haver a interrupção dos contratos de fornecimento de carne para o exterior.
Ele lembra de um caso que aconteceu no Paraná, em que a China suspendeu os contratos por 15 dias. “A suspensão não depende da confirmação. O importador pode, simplesmente usar isso, se acha que está pagando muito caro pela carne. Suspende por um tempo, o preço da carne cai para ele comprar mais barato. Tem essa possibilidade”, alerta.
Preocupado – Já o governador mineiro, Romeu Zema, disse que é uma preocupação muito grande. “Todo o Brasil depende de exportação de proteína animal, e um fato como esse pode prejudicar, e muito, esses negócios. É um acompanhamento. Estaremos tomando todas as medidas para que, se confirmado esse tipo de ocorrência, ela fique restrita somente onde aconteceu”, concluiu.