Em nota nas redes sociais, o Sindicato dos Agentes Penitenciários de Alagoas (Sindapen) denuncia o baixo contingente de profissionais de saúde para atender o sistema penitenciário do estado.
Segundo o Sindapen, atualmente, o atendimento dos funcionários e reeducandos vem sendo feito apenas por um preso, que é médico, e tem trabalhado 24h, usando a estrutura do Centro Psiquiátrico Judiciário Pedro Marinho Suruagy, dentro no sistema prisional.
“Sem condições nenhuma de trabalho, chegando a ser vergonhoso. O técnico de enfermagem que atende aos presídios foi deslocado para o hospital de campanha instalado no prédio do antigo presídio Santa Luzia, hospital este que não tem nada, pois nem respirador tem”. Nota do sindicado.
O médico interno que realiza os atendimentos, segundo relatos dos agentes, é Talvane Albuquerque. O ex-deputado foi condenado a 103 anos de prisão por assassinar a deputada federal alagoana Ceci Cunha para assumir seu mandato.
Mãe do senador Rodrigo Cunha (PSDB-AL), Ceci Cunha foi assassinada na varanda de sua casa, junto com marido e familiares na mesma noite em que foi diplomada deputada federal, em 1998. O crime conhecido como “Chacina da Gruta”, referência ao bairro onde residia, em Maceió.
Preso positivo para Covid
Na nota nas redes sociais, o SINDAPEN afirma ainda que o informativo da Secretaria de Estado de Ressocialização e Inclusão Social (SERIS) está com “números manipulados”. E que ao menos um preso já testou positivo para Covid-19.
“Não se tem uma barreira sanitária nos presídios para aferição de temperatura de presos e funcionários. Há mais de 20 dias solicitamos verbalmente a aquisição de termômetros eletrônicos e até hoje nada!” Petrônio Lima, presidente do SINDAPEN.
E assim como acontece com policiais civis e militares, ou qualquer força de trabalho essencial, em casos de sintomas suspeitos ou mesmo um caso positivo, agentes penitenciários precisam ser afastados sob risco de contágio.
A categoria denuncia a falta de condições de trabalho, agravada pelo baixo efetivo de pouco mais de 600 servidores, que atende uma população carcerária de 8 mil presos dos regimes aberto e semiaberto.
Segundo números oficiais da Seris, 19 servidores já testaram positivos. 57 foram descartados, mas quase 150 precisaram ser afastados. E isso acaba alterando a escala de trabalho. Muitos funcionários precisam cobrir mais plantões do que o normal neste período.
Desde então, pelo menos uma gente teve morte confirmada. Warley da Silva faleceu na manhã desta terça-feira, vítima da Covid-19.