Sem apresentar provas, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou neste domingo (27) que integrantes da facção criminosa PCC orientaram familiares e apoiadores a votarem em Guilherme Boulos (PSOL) para prefeito de São Paulo.
A declaração foi dada a jornalistas no colégio Miguel Cervantes, na zona sul, local de votação do governador. Ele estava ao lado de Ricardo Nunes (MDB), prefeito, candidato à reeleição e seu aliado.
Logo em seguida, Boulos reagiu à declaração do governador bolsonarista: “Que vergonha, né. Nada mais a dizer, é o candidato que ele apoia Ricardo Nunes que botou o PCC na Prefeitura de SP”.
A resposta do candidato do PSOL faz referência às investigações sobre atuação da facção no sistema de ônibus.Boulos afirmou ainda que irá à Justiça contra o governador de São Paulo, cotado para a disputa presidencial de 2026, já que seu principal aliado, Jair Bolsonaro, está inelegível até 2030.
A ação será analisada pela Justiça Eleitoral em São Paulo. Nestes casos, o juiz responsável pede explicações às partes acusadas antes de decidir se instaura a ação, chamada de Ação de Investigação Judicial Eleitoral. Aceita a ação, a Justiça poderá colher depoimentos, intimar órgãos e determinar outros encaminhamentos caso entenda necessário.
Ministério da Justiça
O secretário Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça, Mário Luiz Sarrubbo, diz que os serviços de inteligência do governo federal não receberam nenhuma informação a respeito de uma suposta orientação do PCC (Primeiro Comando da Capital) para voto em Guilherme Boulos (PSOL) nas eleições.
Sarrubbo afirmou que nada neste sentido foi detectado, nem em São Paulo, nem em outra capital. “A inteligência do governo federal não indicou nenhuma orientação de facções criminosas para votação em candidatos nas capitais nesse segundo turno”, afirmou ao Painel. Nada foi compartilhado pelo governo estadual também, disse ele.