18 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Justiça

TCU apura gasto de R$ 54 milhões feitos pelo Exército em tênis com defeito na costura

Há indícios de que os produtos contratados estão sendo entregues em qualidades e especificidades diferentes das estipuladas em edital

O TCU (Tribunal de Contas da União) abriu uma investigação para apurar a compra de 634 mil pares de tênis pelo Exército ao custo de R$ 53,8 milhões.

O Ministério Público que atua no órgão recebeu denúncias de que os calçados foram entregues com qualidade inferior e que alguns apresentaram defeitos ainda nos depósitos das Forças Armadas.

O procurador do MP no TCU, Lucas Furtado, fez uma representação à presidente do tribunal, Ana Arraes, após “várias pessoas” relatarem problemas na qualidade dos calçados. Nela, anexou documentos da contratação, como vistorias do Exército nas empresas fabricantes.

Há indícios de que os produtos contratados estão sendo entregues em qualidades e especificidades diferentes das estipuladas em edital.

A se confirmar essa situação, prejuízos aos cofres públicos estariam ocorrendo tendo em vista que o poder público estaria desperdiçando dinheiro com produtos de baixa qualidade.

Dos R$ 53 milhões combinados, o Exército pagou R$ 19 milhões pelos calçados até 22 de outubro, de acordo com o Portal da Transparência.

A presidente do TCU, Ana Arraes, encaminhou o processo à Secretaria de Controle Externo da Defesa, a um dos ministros do tribunal, Weder Oliveira, e ao procurador Paulo Bugarin. A investigação foi aberta, mas ainda está no início, segundo a reportagem apurou. O próximo passo é aguardar a análise dos técnicos da secretaria.

A empresa responsável pelos calçados é a EBN Comércio, Importação e Exportação. O representante da companhia, Sérgio Santelli, afirma que os problemas foram na costura do solado dos calçados e atingiram menos de 5.000 pares. ”

A EBN pertence ao empresário Júlio Manfredini, que foi investigado na chamada “máfia dos uniformes” e denunciado pelo Ministério Público sob suspeita de formação de quadrilha, corrupção e improbidade administrativa.