O ministro da Saúde, Nelson Teich, cancelou a apresentação que faria, nesta quarta (13), de seu plano com diretrizes de isolamento social para estados e municípios devido ao novo coronavírus.
A medida ocorreu depois que o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) reprovaram o estudo. O cancelamento aconteceu dez minutos antes da hora marcada.
Segundo nota, o Ministério da Saúde “aguarda a pactuação da estratégia de gestão de riscos junto a estados e municípios”.
Conselhos e o ministro já estavam se desentendendo desde segunda-feira sobre o plano. Segundo o Conass, uma medida sobre níveis de isolamento poderia provocar uma flexibilização do isolamento. E poderia passar uma mensagem dúbia à população.
Critérios do plano
O plano de Teich é complexo e exige uma grande quantidade de informações sobre o sistema de saúde dos estados e municípios que ainda não estão disponíveis, como o número de testes.
A medida fixaria diretrizes para estados e municípios, em suas decisões sobre medidas de isolamento social contra o novo coronavírus. Ele não teria caráter obrigatório, mas funcionaria como uma orientação.
O estudo previa um sistema de pontos baseado em quatro critérios: capacidade hospitalar instalada, contexto epidemiológico, velocidade de crescimento e índices de mobilidade urbana.
O resultado seria colocado em cinco níveis diferentes de risco: risco muito baixo, risco baixo, risco moderado, risco alto e risco muito alto. Para cada nível de risco, a recomendação de distanciamento seria diferente.
Na segunda-feira, Teich disse que seu plano não era político, nem recomendava a flexibilização do isolamento.
Fritura
Desde que admitiu a possibilidade de lockdown em algumas regiões, Teich passou a ser criticado nas redes sociais. Um ataque aparentemente orquestrado, como diversos outros do Gabinete do Ódio, com hashtags clamando pela cloroquina.
E desde que foi pego de surpresa pela nova lista de cargos essenciais planejada por Bolsonaro, sem sua participação, seu cargo já é dado como algo com dias contados. E Osmar Terra, preferido de Bolsonaro, por não apoiar medidas de isolamento, é um dos cotados a assumir o cargo.