O mundo está às avessas e aquele antigo sentimento humanitário é tratado como algo jocoso nesses tempos estranhos.
E são tão estranhos que há muita gente que não faz questão de tirar a viseira, exatamente para não ver ao redor.
Estranho tanto que não são poucos os que olham para policiais – e mesmo sem dever coisa alguma – se assustam.
É fato. Aliás, em São Paulo, um policial puxou a arma para o colega na movimentada Santa Ifigênia, após uma discussão banal entre eles.
Mas, se acha que tudo está normal veja o caso do delegado de polícia preso por que cultivava uma plantação de maconha em sua chácara. A prisão se deu na última sexta-feira, 4.
Foram presos o delegado Marcelo Marinho de Noronha, da Polícia Civil do Distrito Federal, a mulher dele e os três filhos.
Ainda assim, para quem acha que tudo vai muito bem poderia apenas saber do caso das meninas moradoras de uma favela, Emilly Victoria, de 4 anos, e de Rebeca Beatriz Rodrigues dos Santos, de 7, mortas após serem baleadas na porta de casa enquanto brincavam, em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro.
E de repente alguém pode até dizer: – Ah, isso é com eles lá, não temos nada com isso.
É foi lá. Mas, aqui na terrinha do canal da Levada e do Riacho Salgadinho, há crianças negras e pobres morrendo de forma violenta quase todos os dias.
Mas, espera aí: se falar mais é coisa de comunista…