20 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
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Transformaram o estupro em virtude e a caridade em pecado

Em 2010, quando se recusaram a visitar crianças com paralisia cerebral somente porque o lar onde elas estavam seguia a doutrina espírita, peguei nojo dos supremacistas evangélicos Neymar e Robinho.

É daqueles tipos de crentes hipócritas, pois, Neymar engravidou uma adolescente sem estar casado com ela (ele não sabia que sexo fora do casamento é pecado, mas, a caridade é uma virtude?) e Robinho, hoje, responde a um processo por estupro na Itália, com fartas provas, inclusive, gravações comprometedoras.

“Estou rindo porque não estou nem aí, a mulher estava completamente bêbada, não sabe nem o que aconteceu”, disse o cristão em um dos áudios captados pela Justiça italiana.

Em entrevista, Robinho disse que recebeu apoio de Neymar. Estes são os ídolos da garotada e de uma religiosidade doentia, na qual os “ungidos” estão sempre em guerra “impuros”.

Sem mostrar remorso, o “pedalinho” se comparou ao cidadão que ocupa a Presidência da República e se disse perseguido pela Rede Globo. Coitadinho, só faltou dizer que comunistas entraram no ambiente e o forçaram a introduzir o pênis na boca de uma mulher embriagada.

Agora, se diz possuidor da “força de Cristo” e posa de cristão perseguido. Diz que o único erro foi ter traído a esposa.

O professor Jean Willys deu a melhor para tamanha dissimulação. “O condenado – com provas! – por participar de estupro coletivo apela à noção evangélica de família e à oposição entre sua esposa e a vítima do estupro – entre Maria, a exaltada, e Eva, a degradada – de modo a culpar a vítima. Canalhas não têm limites!”.

Tempos sombrios, em que o fanatismo e a vigarice andam de mãos dadas. Uma nova “Idade das Trevas” se aproxima.

Espero que não e que a queda do demônio laranja nos Estados Unidos nos traga uma nova era de luz.