24 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Mundo

Trump é orientado para não dar perdão presidencial a si mesmo

Advogado da Casa Branca e ex-procurador-geral afirmam que presidente dos EUA pode se prejudicar

O advogado da Casa Branca Pat Cipollone e o ex-procurador-geral Bill Barr advertiram o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para ele não conceder perdão presidencial a si mesmo, disseram fontes familiarizadas com o assunto à rede de TV americana CNN. Segundo a emissora, Barr deu a sua opinião sobre o assunto a Trump antes de renunciar no mês passado.

Trump tem ouvido a opinião de assessores próximos para avaliar a possibilidade de conceder um perdão presidencial a si mesmo nos últimos dias do seu mandato, que se encerra no próximo dia 20. Segundo o jornal The New York Times, o republicano considera a ação ainda que seja um movimento inédito na história americana.

A atitude seria uma forma de se blindar contra futuras possíveis investigações e condenações, após deixar a presidência para o recém-eleito Joe Biden.

De acordo com o jornal americano, porém, não se sabe se a ideia ganhou mais ou menos força após os episódios da semana passada, quando o Congresso americano foi invadido por manifestantes.

Perdões

Trump considera dar o perdão não só a si mesmo, mas também aos seus três filhos mais velhos — Donald Trump Jr., Eric Trump e Ivanka Trump. Também estariam na lista Jared Kushner, conselheiro da Casa Branca, e o seu advogado pessoal, Rudolph Giuliani.

O receio do presidente americano é que o novo eleito para a Casa Branca investigue todos eles quando assumir o cargo. Com o perdão, Trump estaria em tese imune às investidas jurídicas de Biden.

Desde o início do seu mandato, Trump já concedeu 70 perdões presidenciais e alguns deles levantaram muita polêmica.

Em julho, o presidente perdoou o seu ex-conselheiro de campanha, Roger J. Stone Jr., dias antes de ele ter que se apresentar a uma prisão federal para cumprir sua pena. Ele havia sido condenado a 40 meses de prisão por tentar obstruir uma investigação do Congresso sobre a interferência russa nas eleições presidenciais de 2016.

Já no fim de 2020, pouco dias antes do Natal, Trump surpreendeu por conceder perdão a quatro americanos condenados por matar civis iraquianos quando trabalhavam como prestadores de serviço de uma empresa privada de segurança em 2007.