25 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
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Trump trocava “cartas de amor” com Kim Jong-un, que confessou ter matado o tio

Americano disse que ele e o ditador “se apaixonaram” quando desenvolveram um relacionamento que todos eram contra

Original do The Independent.

O relacionamento com “trocas de cartas de amor” entre o presidente Donald Trump e Kim Jong-un foi revelado em trechos do próximo livro de Bob Woodward, e já no dia seguinte o americano, novamente, expressou apoio ao ditador norte-coreano.

Trump afirma que sua descrever como “cartas de amor” a troca de correspondência com o líder norte-coreano Kim Jong-un era puro sarcasmo, embora tenha anteriormente chamado as mesmas de “belas cartas” e alegado que eles “se apaixonaram”, quando desenvolveram um relacionamento que autoridades eram contra.

Entre as revelações no livro do jornalista veterano, Rage, está a de que Trump falou para Kim Jong-un “me conta tudo”, recebendo de volta um “relato gráfico” de como o ditador mandou assassinar seu próprio tio.

Kim ordenou a execução de seu tio e alto funcionário do governo, Jang Song Thaek, em 2013, supostamente por suspeita de deslealdade ao regime atual.

Na quinta-feira de manhã, Trump tuitou: “Kim Jong Un está com boa saúde. Nunca o subestime!”

O presidente frequentemente elogia seu “bom relacionamento” com o líder supremo da Coréia do Norte, cujos despachos diplomáticos são apelidados entre funcionários da Casa Branca como “cartas de amor”, já que o presidente se gabava de seu conteúdo para seus apoiadores.

Woodward escreveu que o presidente ficou impressionado com Kim quando o encontrou pela primeira vez em Cingapura, em 2018, de acordo com reportagens do The Washington Post na quarta-feira.

Em suas reuniões com a Coréia do Norte, o presidente Trump rejeitou as avaliações de funcionários da inteligência de que o país recluso nunca desistiria de suas armas nucleares, quando decidiu se envolver com o líder norte-coreano em negociações sobre armas nucleares.

Ele disse a Woodward que a CIA “não tem ideia” de como lidar com Pyongyang e também rejeitou as críticas sobre seus três encontros com Kim, pois limpar as cúpulas não era grande coisa.

Só sarcasmo

Além de alegar estar sendo sarcástico ao dizer que trocava “cartas de amor” com o ditador coreano, a quem deu o apelido de Rocket-Man, Trump resolveu se defender, dizendo que muitas das besteiras e mentira que falou (com propriedade) nos últimos anos eram apenas sarcasmo, como:

  • Acusar democratas, meios de comunicação e plataformas de mídia social de lançaram uma “campanha de desinformação massiva”;
  • Desacreditar militares e veteranos;
  • Usar “desinfetante” e “ultravioleta ou apenas luz muito poderosa” no tratamento de pacientes com coronavírus;
  • Que Barack Obama e Hillary Clinton “fundaram” o Estado Islâmico (embora tenha dito a apoiadores em 2016 que suas declarações “não foram tão sarcásticas, para ser honesto com vocês”);
  • Que repórteres premiados com o prêmio Nobre (esse prêmio não existe) pela investigação sobre a interferência russa nas eleições dos Estados Unidos deveriam ser processados e que deveria ser devolvido “aos “reais repórteres e jornalistas”;
  • Ele depois disse estar sendo sarcástico ao falar Nobre, e não Nobel.