29 de março de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

TSE rebate mentiras de Bolsonaro sobre as urnas eletrônicas no Brasil

Relatório diz que Bolsonaro é um presidente que propaga a mentira no País

TSE defende as urnas eletrônicas das mentiras de Bolsonaro

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) encaminhou a jornalistas no começo da noite desta quinta-feira, 29, diversas checagens rebatendo pontos do discurso do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre supostas fraudes na urna eletrônica.

Problemas nas teclas da urna e a suposta exclusividade do Brasil no uso do sistema eletrônico foram alguns dos pontos do discurso do presidente desmentidos pelo tribunal.

No começo da transmissão ao vivo, Bolsonaro disse ter relatos de pessoas que tentaram votar em seu número na eleição presidencial de 2018 e foram impedidos pela urna, ao passo que pessoas que tentaram votar no então candidato do PT, Fernando Haddad, não enfrentaram problemas. O TSE esclarece que, neste caso, as pessoas estavam tentando votar em um candidato a governador e não a presidente — o que inviabiliza o número “17” na urna.

Em outro momento, o presidente disse que só três países no mundo usam a urna eletrônica, entre eles o Butão. Sobre isso, o TSE esclarece que 23 países usam urnas com tecnologia eletrônica em suas eleições gerais. Outras 18 nações usam a urna em pleitos regionais. “Entre os países estão o Canadá, a Índia e a França, além dos Estados Unidos, que têm urnas eletrônicas em alguns estados”, diz um trecho da checagem do TSE.

Em vários momentos da live, Bolsonaro disse que a apuração dos votos será feita “pelos mesmos que tornaram o ex-presidente Lula (PT) elegível e que o tiraram da cadeia”. No entanto, a apuração dos votos é feita de forma pública, como explica o TSE.

Um presidente que propaga a mentira

Por outro lado, um relatório divulgado nesta quinta-feira, 29,  pela Global de Expressão 2021 mostra que o presidente Jair Bolsonaro fez 1.682 declarações mentirosas em 2020. A entidade responsável pelo relatório que aponta um governo que vive de propagar a mentira, atua em 161 países,

De acordo com o documento, as declarações falsas de Bolsonaro contribuíram para a aumentar o número de casos de Covid-19 no país. Desde que o chefe do Executivo assumiu o mandato, em 2019, Bolsonaro fez 2.187 declarações falsas ou distorcidas, uma média de três por dia. No entanto, o volume diário de desinformação espalhada foi significativamente maior em 2020 em meio à pandemia da Covid-19, crise econômica e eleições municipais.

O documento destaca algumas falas de Bolsonaro, como ao chamar a doença de “gripezinha”, e “promoção de discursos antivacinas e anti-isolamento, piorando as taxas de infecção e causando uma crise de informação com discursos altamente polarizados”.