O cenário paradisíaco à beira mar do litoral norte de Alagoas não demorará muito para ser um transtorno infinito para a população. Especialmente a maioria dos moradores simples das cidades na chamada “rota dos milagres”.
Esse alerta vem sendo feito há bastante tempo, mas as autoridades não se movem. Pelo contrário: Há muita gente poderosa conivente com a ganância da especulação imobiliária, ansiosa pela privatização das praias.
Sem plano diretor, nem controle algum desse mercado, os municípios cedem por interesses bem específicos, embora inconfessáveis pelos gestores.
Está tudo aos olhos do mundo. E não se trata de ser contra o desenvolvimento, mas de se estabelecer regras que preservem a natureza, o direito de ir e vir de cada cidadão, que hoje enfrenta dificuldades de acesso em determinadas praias da região.
A especulação é tanta que há moradores sendo expulsos do próprio habitat em nome de “investidores”. E nessa guerra – pelo dinheiro farto e poder – não importam os mananciais, manguezais, áreas de restinga, nem reação indignada de algum resistente contra a especulação criminosa.
Aliás, o quadro já é tão absurdo que esta semana, o jornal Extra/AL publicou que “Empresários denunciam ocupação desordenada na Costa dos Milagres em AL”.
E veja: Os denunciantes são, inclusive, empresários alagoanos do setor imobiliário, bem como do trade turístico.
Ao que parece, quem pode mais faz ouvido de mercador. Resta saber até quando as autoridades vão se manter silentes em meio a esse “tsunami” às avessas, que tem nome, cnpj e endereços?
Talvez, só um milagre salve a população dos interesses avassaladores da especulação.