20 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Twitter suspende perfis, irrita bolsonaristas e Eduardo pede decreto pesado contra Big Techs

Filho 03 do presidente diz que “se governo pode interferir em empresas que fazem trabalho escravo, também pode agir contra violações de liberdade de expressão”

Nesta segunda-feira (14), o Twitter fez uma limpa em perfis suspensos. Milhares de contas considerada suspeitas foram desabilitadas, todas sob suspeita de impulsionar conteúdo artificialmente. Não foi a primeira nem a última vez que fará isso.

Mas esta ação irritou bolsonaristas. Curiosamente, eles perderam milhares de contas e agora reclamam da dimibuição, ainda que discreta, em sua contagem de seguidores.

Quem mais reclamou foi Eduardo Bolsonaro, o deputado federal e filho 03 do presidente Jair Bolsonaro.

Ele mesmo chegou a ter a conta do Facebook suspensa, no mesmo dia, porque tentou compartilhar a mentira que seu pai presidente contou: que um “relatório do TCU” diz que as mortes por covid-19 foram inflacionadas.

Temendo um golpe das “Big Tech”, Eduardo acredita que a ação que minou contas fakes prejudica seu grupo diretamente e que isso poderia piorar em 2022.

Na prática, a rede social desativou temporariamente os perfis suspeitos até que o usuário confirme detalhes como senha ou número de celular. Ou seja: se não forem fakes, elas serão reativadas.

Mas isso irritou o filho do presidente, que passou a exigir um decreto pesado contra as grandes redes sociais. Ele chegou a mencionar uma “lei da Polônia” como referência.

Ou seja: para Eduardo Bolsonaro, se o governo pode interferir contra empresas que fazem trabalho escravo, a interferência contra as empresas que fazem “restrição de liberdade” poderia acontecer – mesmo com eles tendo uma “agenda liberal”, de interferência mínima do governo no setor privado.

O governo federal, aliás, já prepara decreto para limitar a restrição de conteúdo das redes sociais e engessar decisões de empresas como YouTube, Twitter, Facebook e Instagram.

O texto impede que as companhias se aposentem informações do ar somente por julgarem que as próprias políticas foram violadas pelos usuários.

O decreto planejado também determina que publicações só devem ser apagadas por decisão da Justiça. Como exceções seriam violações ao ECA, pedidos do próprio usuário ou de terceiros, além de casos que configuram alguns crimes.

Vale lembrar: seu pai, o presidente Bolsonaro, já falou diversas vezes ser contra punições maiores, como a perda de propriedade, contra empresários que realizam trabalho análogo ao escravo. Mas se mexer no interesse de bolsonaristas, seria outra história.

Bolsonaristas lamentam

Confira aqui alguns dos posts bolsonaristas, compartilhados por Eduardo, que lamentaram a diminuição do número de seus seguidores, por coincidência, no dia em que o Twitter desativou perfis considerados fakes ou com atividades suspeitas: