O lado bom da eleição foi que os “bandido bom é bandido morto” e os “eu tenho o direito de espancar gays na rua” saíram enfraquecidos.
Apesar de que em Recife Little John se uniu aos religiosos e fez uma campanha à moda cristã, cheia de calúnias e difamação, e no Espírito Santo o invasor de hospitais e defensor da gravidez de meninas de dez anos após estupro tenham vencido.
Mesmo assim, o eleitor que escolheu o discurso moderado pendeu para a direita. Aquele cidadão que muitas vezes não tem grana para a aspirina ou o dorflex preferiu votar no tiozão ou no jovem nerd neoliberais que querem privatizar o SUS.
A consciência de classe é artigo de luxo no Brasil. Vivemos uma alta de preços assustadora, uma dívida pública que se multiplica geometricamente, o desemprego que supera os 14 milhões de brasileiros, uma pandemia que se arrasta de maneira cruel, causando um prejuízo difícil de calcular.
Mas, o maior medo do brasileiro médio, sem dúvida, e ter sua sexualidade questionada.
Estamos mal pagos nas mãos das “pessoas de bem”.