Obra emergencial do Programa da Reconstrução concebido após a cheia de 2010; projetado para ser uma unidade de referência no atendimento aos municípios do vale do Paraíba, o hospital de Paulo Jacinto, iniciado em 2012, ainda não foi concluído.
Pior: Se depender da administração municipal, o prédio imponente, erguido na parte mais alta do residencial Santa Inês, bem localizado na entrada da cidade, dificilmente vai cumprir sua finalidade de atender à população da região com serviços de saúde.
Estrutura pra isso ele tem. O prédio orçado, inicialmente, em R$ 6,2 milhões (hoje já custa R$ 11 milhões, segundo dados atualizados da Secretaria de Estado da Saúde – Sesau), é dotado de cerca de 80 salas, e foi projetado para acomodar 24 leitos, salas de parto e pós-parto, unidade básica de atendimento, entrada de urgência e emergência, equipes do PSF, e mais.
No entanto, na cidade fala-se em todas as possibilidades para aproveitamento da estrutura, inclusive (pasmem) em transformá-la num centro administrativo. Só não se fala em colocar o hospital para funcionar em toda a sua plenitude, com serviços de saúde.
Se depender da prefeitura, a população vai continuar tendo que se deslocar para as cidades vizinhas, em busca de serviços de saúde, ou sendo atendida – muito mal, por sinal – no que restou da estrutura antiga da Unidade Mista Marina Lamenha, nas margens do Rio Paraíba. Uma estrutura semidestruída pela cheia, condenada pela Defesa Civil e que não passou por nenhuma obra de reforma ou recuperação, desde então, é o que se tem para o momento.
E o problema em relação à utilização do novo hospital não se resume em falta de interesse ou de visão deste o daquele gestor municipal. Uma estrutura daquela exige custos de manutenção e recursos humanos que um município daquele porte, com uma população de 8 mil habitantes e uma receita mensal em torno de R$ 1 milhão, não tem condições de arcar.
Mas o Governo estadual pode.
E ao governador Renan Filho, que tem planos de construir um hospital regional em Viçosa, vai a sugestão: Se já tem reservados R$v 20 milhões para esse fim, por que não adotar a estrutura da unidade construída em Paulo Jacinto – já quase pronta – equipar e implantar, ali, o projeto do hospital regional?
Mais do que garantir à população da terra do Baile da Chita o direito de usufruir de uma estrutura de saúde que lhe foi destinada, o Estado estaria assegurando à cidade elementos contributivos para impulsionar o seu desenvolvimento, com toda a cadeia econômica que ganharia vida sustentada no movimento de profissionais do hospital e pacientes vindos de outros municípios.
Fortaleceria a farmácia, a lanchonete, a padaria, o mercadinho, o restaurante, a pousada, o posto de combustível, enfim, toda uma cadeia de comércio e serviços.
E o governo ainda economizaria na conta da construção de uma nova unidade de saúde.
Fica a dica. E a certeza de que o povo de Paulo Jacinto agradece.
SOBRE O HOSPITAL
A Construção do novo hospital de Paulo Jacinto foi iniciada em 2012, com recursos emergenciais do Ministério das Cidades. Orçado, inicialmente, em R$ 6,2 milhões, hoje já está reajustado para R$ 11 milhões, segundo as contas da Secretaria de Estado da Saúde.
De acordo com a Sesau, quando o governo Renan assumiu, a obra estava parada, e mesmo não contando mais com os recursos liberados pelo Ministério das Cidades na gestão anterior, o governo estadual resolveu retomar a construção.
Mas a promessa de entrega em novembro de 2015 não se cumpriu.
Falta pouco, segundo o setor de engenharia da Sesau: “apenas as louças sanitárias, luminárias e pintura”.
A Sesau informou ainda que, ao ser concluído, o hospital terá estrutura para 24 leitos, recepção, Unidade Básica de Saude (UBS), ambulatório 24 horas, casa de parto normal, setores de observação e de internação e serviço e nutrição e dietética.
Nos planos da regionalização da saúde, feitos pelo governo Renan, a nova unidade seria, também uma espécie de referência em saúde mental, com leitos para cuidados prolongados.
O hospital de Paulo Jacinto fica localizado a cerca de 100 quilômetros de Maceió, entre as cidades de Viçosa, Quebrangulo, Mar Vermelho, Chã Preta e Palmeira dos Índios.
Portanto, os elementos para transformá-lo em hospital regional já existem e dinheiro não é problema, já que o Governo dispõe de R$ 20 milhões para investir no projeto.
Que assim seja, então!