28 de março de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Vacina da Pfizer não faz partes dos planos do Ministério da Saúde

Prioridade será para doses que podem ficar em temperaturas de 2º C a 8º C; A americana exige -70º C

O Ministério da Saúde informou nesta terça-feira (1) que as vacinas contra a Covid-19 que serão incluídas no Plano Nacional de Imunização devem “fundamentalmente” ser termoestáveis e que possam ser armazenadas em temperaturas de 2°C a 8°C.

Na prática, o anúncio significa que a vacina desenvolvida pela americana Pfizer e a alemã BioNTech não deve ser aplicada no Brasil, uma vez que exige condições especiais de armazenamento, com temperaturas de -70º C.

Nesta terça-feira, a Pfizer pediu às autoridades de regulação de medicamentos da Europa a autorização para uso emergencial de sua vacina. O mesmo processo já havia sido iniciado nos Estados Unidos. A Pfizer divulgou estudos que mostram que sua vacina é 95% eficaz contra o novo coronavírus.

Em entrevista coletiva, o secretário de Vigilância em Saúde do ministério, Arnaldo Medeiros, afirmou que é desejável que a vacina seja aplicada em uma única dose e que também que ela seja “fundamentalmente” termoestável por longos períodos, em temperaturas de 2°C a 8°C. O representante da pasta não citou especificamente nenhuma vacina.

Na logística brasileira não há, hoje, ultracongeladores para isso na chamada Rede de Frio, do Programa Nacional de Imunização brasileiro. Hoje, o padrão de manutenção de vacinas no mundo é feito em refrigeradores, com temperaturas similares às das geladeiras caseiras.

As imunizações contra a febre amarela e a poliomielite, especificamente, exigem armazenamento em temperaturas mais baixas (-15ºC a -25ºC), em equipamentos como os freezers científicos. Antes de serem ministradas, as duas vacinas migram para a temperatura “padrão” dos refrigeradores, de 2°C e 8°C, onde podem ficar por até um mês.

Já a vacina da Pfizer contra a Covid-19, batizada de BNT162b2, aguenta apenas cinco dias na temperatura padrão dos refrigeradores. O secretário afirmou ainda que, do “ponto de vista ideal”, a vacina contra Covid-19 deve apresentar uma tecnologia de baixo custo de produção.