24 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Vídeos: Marcos do Val renuncia e acusa Bolsonaro de pressiona-lo para participar de golpe

Em discussão com Mamãe Falei, senador que “não quer ser tachado de bolsonarista” afirma que “bomba” será esclarecida na Revista Veja

A derrota “em 3º turno” do bolsonarismo com a reeleição de Rodrigo Pacheco no Senado Federal, na tarde desta quarta-feira (1º), foi recebida como um forte baque entre os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O caso mais curioso é o do senador Marcos do Val (Podemos-ES), que fez parte da tropa de choque (cheque?) na CPI da Pandemia apoiando a gestão de Jair, e simplesmente anunciou que vai se retirar da politica e abandonará o cargo como senador. Seu mandato de 8 anos, assim, durará apenas quatro.

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A suplente de Marcos do Val no senado é Rosana Foerst. Até 2021, o nome de Rosana constava como gerente de Benefícios e Transferência de Renda da Secretaria de Trabalho, Assistência e Desenvolvimento Social do Espírito Santo.

De qualquer forma, do Val promete sair de forma explosiva, pois também anunciou que “na Revista Veja desta semana” será revelado a pressão que sofreu de Bolsonaro para que ajudasse em um golpe de Estado.

Marcos do Val, que não quer ser chamado de bolsonarista, quer sair da vida pública atirando.

Ao Globo News, o senador adiantou que que o então presidente Jair Bolsonaro (PL) presenciou um diálogo, logo após as eleições de outubro, em que o então deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) teria proposto uma ação golpista ao parlamentar. O plano era não desmobilizar os acampamentos golpistas e gravar sem autorização alguma conversa que comprometesse o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes.

“Eles me disseram: ‘Nós colocaríamos uma escuta em você e teria uma equipe para dar suporte, E você vai ter uma audiência com Alexandre de Moraes, e você conduz a conversa pra dizer que ele está ultrapassando as linhas da Constituição. E a gente impede o Lula de assumir, e Alexandre será preso'”.

O senador diz que a proposta foi falada pelo então deputado Daniel Silveira (PTB-RJ). Bolsonaro estava na mesma reunião e teria indicado concordar com a ideia.

Marcos do Val disse que pediu para analisar a proposta e responder em um segundo momento. Só que relatou o caso ao próprio ministro Alexandre de Moraes. Ainda de acordo com o senador, Moraes ficou surpreso e considerou a proposta “um absurdo”. Sem surpresa, no entanto, foi a prisão de Daniel Silveira.

Discussão com MBL

A denúncia e presságio do fim do mandato de Marcos do Val, um militar e instrutor filiado ao Podemos, eleito senador em 2018 surfando na onda do bolsonarismo e se apresentando como um “candidato da Swat”, aconteceu por causa de um abraço em Pacheco. E uma briga com integrantes do MBL.

“Após quatro anos de dedicação exclusiva como senador pelo Espírito Santo, chegando a sofrer um princípio de infarto, venho através desta comunicar a todos os capixabas a minha saída definitivamente da política”, escreveu o senador (em postagem ao final deste texto), após participar de uma live explosiva.

Com voto declarado no bolsonarista Rogério Marinho (PL-RN), Marcos do Val se sentiu incomodado com o fato de ser chamado de “bolsonarista” e desabafou com Arthur do Val, o “Mamãe Falei”, e Renan Santos, em live do Movimento Brasil Livre (MBL).

Do Val fez questão de colocar o momento do abraço em seu Instagram, afirmando ser amigo de longa data de Pacheco e que não queria ser chamado de traidor

Como o senador do Podemos foi visto abraçando Pacheco, acabou sendo acusado de ter votado no candidato do presidente Lula. Tachado de “traidor”, Do Val rebateu as acusações ao vivo com a dupla do MBL

Na live, claro, muitos gritos, interrupções e xingamentos.

Do Val, vale lembrar, é o mesmo que prometeu “ir para cima” do ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmando que o convocaria após o fim do recesso do Legislativo.

Ele dizia que a invasão de bolsonaristas na Praça dos Três Poderes já teria sido informada, previamente, pela Abin e o ministro nada teria feito contra ataques terroristas. Praticado por bolsonaristas.

Ficou apenas na promessa. Claro, tudo pode ser apenas palravas vagas do senador da Swat, que nesta madrugada prometeu deixar de ser senador.

Postagem do senador Marcos do Val (Podemos-ES) nas suas redes sociais