29 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Blog da Graça Carvalho

“Você tem um médico de saúde da família e da comunidade pra chamar de seu?”

Em Maceió, por exemplo, nem todas as áreas são cobertas pelo Programa de Saúde da Família

O Dia Nacional do Médico da Família e Comunidade está indo embora. Só no próximo ano, agora, teremos novamente 24 horas para tentar pousar o olhar sobre médicos e médicas que lidam com os pacientes mais vulneráveis nos milhares postos de saúde espalhados nos quatro cantos do Brasil.

De 2016 a 2017, dois milhões de pessoas passaram a figurar  linha de pobreza do Banco Mundial, conforme revelou hoje o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). E é justamente para esse público que a presença ou ausência do médico da família faz toda a diferença.

Sobram pacientes, faltam médicos. A cobertura é baixa. Em Maceió, por exemplo, nem todas as áreas são cobertas pelo Programa de Saúde da Família. Ano passado, o Ministério da Saúde divulgou que apenas 46,21% da população na capital alagoana estava assistida  programa, com prognóstico de baixa cobertura até 2021.

Não dá para deixar de comentar que, com toda essa confusão gerada pela saída dos médicos cubanos  e migração de mais de 2.800 profissionais  (dados divulgados hoje pelo Ministério da Saúde) de postos do PSF para outros destinos via nova versão do Mais Médicos, a saúde da família na periferia das grandes cidades e nos municípios mais vulnerabilizados fica bastante comprometida, até que cheguem novos profissionais.

Enfim, mas, hoje é um dia de enaltecer a Medicina da família. De homenagear todo aquele ou aquela profissional do PSF  que ama esse ofício, não só pelos reais a mais que ele pode garantir. É o que deixa transparecer o jovem médico  Arthur Fernandes, que atua no PSF pernambucano.

“Só mais um dia para lembrar, o porquê de ter escolhido estar ao lado, do ladinho mesmo, ali junto, apoiando, se preciso, consolando, se inevitável, rindo, se possível, abraçando, de preferência, o lado das pessoas e dos espetáculos que podem ser suas vidas. Todo mundo merece ter um médico de família e comunidade. Você tem um médico de saúde da família e da comunidade para chamar de seu?”, questionou Fernandes no seu perfil do Instagram @ouvindogente