20 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Fátima Almeida

Voto feminino pode definir rumo das eleições em Alagoas

Há mais mulheres que homens entre os eleitores, mas candidaturas femininas ainda são minoritárias

(*) Por Graça Carvalho (com informações do TSE e do TRE/AL)
Alagoas tem mais mulheres que homens entre as pessoas aptas a definir os rumos do estado e do Brasil, nas Eleições de 2018. Segundo estatísticas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o eleitorado alagoano é composto por  1.166.000 mulheres e 1.021.977 homens. A diferença ainda é pequena, mas significativa, embora ainda seja muito baixo o índice de participação das mulheres como candidatas.

O Eassim ouviu a  advogada Paula Simony, coordenadora-geral do Centro de Defesa dos Direitos da Mulher (CDDM), sobre essa “liderança” feminina no conjunto do eleitorado alagoano. Para ela,  é preciso que as mulheres tenham consciência de que têm o poder do voto nas mãos.

A presidente do Centro de Defesa dos Direitos da Mulher, Paula Simony, defende maior esclarecimento às mulheres sobre importância de seu papel na política. (Foto: arquivo pessoal)

“As mulheres precisam se informar mais, compreender a importância do voto, para exercitar seu poder. Não é apenas a quantidade de mulheres votando que vai mudar alguma coisa, que vai garantir a renovação”,  destacou Paula.

Outro ponto importante levantado pela advogada alagoana, que vem trabalhando em causas relacionadas à violência de gênero, é necessidade da realização de eventos formativos para essa conscientização.

“As mulheres que estão na fila do SUS, de uma creche para conseguir a vaga dos filhos, enfim, na luta por sua família, com idosos dentro de casa, precisam ser esclarecidas sobre a importância que elas têm nesse eleitorado. Tudo isso para que possam eleger pessoas (mulheres, ou não) comprometidas com essa luta”, concluiu Paula.

Ao comentar os números divulgados pelo TSE, o presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE/Alagoas), José Carlos Malta, TRE/AL,  manifestou sua preocupação com a participação ainda tímida das mulheres na condição de candidatas. “As mulheres estão lutando cada vez mais por seu espaço em todos os níveis e, na política, não pode ser diferente. Por isso, é preciso participar mais, lançando suas candidaturas e fazendo-se representar na política. Essa maior participação pode representar mudanças importantes no cenário político brasileiro”, afirmou Malta.

De fato, nas eleições de 2016, apenas 21 mulheres foram eleitas prefeitas, em Alagoas, um número que representa apenas 20,5% do total de 102 municípios alagoanos. No geral, em relação ao pleito municipal de 2016, o eleitorado alagoano saltou de 2.146.520 para 2.187.997 eleitores.

Mais dinheiro para campanha e espaço no Guia Eleitoral

Em maio deste ano, o TSE decidiu, por unanimidade, que  30% dos recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha deve ser destinado às candidaturas femininas. Decidiu ainda que  esse mesmo percentual deve ser aplicado para garantir tempo mínimo de propaganda eleitoral às mulheres candidatas. E mais, o TSE decidiu que , em caso de maior número de mulheres candidatas, a divisão dos recursos e do tempo de propaganda deve ser proporcional.

Esse entendimento do TSE, que teve como relatora a ministra Rosa Weber, foi motivado por uma consulta dirigida àquele Tribunal, assinada pelas senadoras Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Lídice da Mata (PSB-BA), Ângela Portela (PDT-RR), Fátima Bezerra (PT-RN), Gleisi Hoffmann (PT-PR), Kátia Abreu (TO), e Rose de Freitas (PMDB-ES), e pelas   deputadas federais Gorete Pereira (PR-CE), Jô Moraes (PCdoB-MG), Luana Costa (PSB-MA), Luciana Santos (PCdoB-PE), Raquel Muniz (PSD-MG) e Soarya Santos (PMDB-RJ). Vale relembrar, aqui, a decisão histórica do TSE.

Em tempo, o prazo para registro oficial  das candidaturas para o pleito deste ano começa dia 20 de julho e termina dia 15 de agosto.