Alagoas ocupa o último lugar entre os estados do Nordeste e o 20º lugar no país, no ranking de imóveis visitados pela força-tarefa de combate ao mosquito Aedes aegypti, conforme foi divulgado nesta sexta-feira (19), pelo Ministério da Saúde. Das quase 891 mil unidades domiciliares, prédios públicos, comerciais e industriais existentes no estado, as equipes visitaram, até agora, pouco de 331 mil (37,2%).
Restam, ainda, mais de 500 mil unidades. Cerca de 70 mil constam como imóveis fechados ou recusados. Ou seja, as equipes estiveram no local, mas não conseguiram entrar.
Uma posição incômoda, sobretudo considerando que os três estados que mais avançaram nessa tarefa de visitação, estão no Nordeste – a Paraíba, com 90,5% dos imóveis trabalhados; o Piauí com 81,4%; e o estado de Sergipe, com 75,5%.
A media nacional, segundo dados divulgados pela Agência Saúde, está em 40,9%. Dos mais de 67 milhões de imóveis contabilizados em quase 4,4 mil municípios que estão sendo trabalhados, apenas 27,4 milhões tinham sido visitados pela força tarefa, até a última quarta-feira (17).
Resta, portanto, muito trabalho para as equipes que integram a força tarefa.
E não se pode falar em falta de envolvimento no trabalho de combate ao mosquito Aedes aegypti, principalmente no tocante ao poder público – vale reconhecer. Em Alagoas, assim como em vários estados brasileiros, um verdadeiro batalhão formado por agendes de saúde e de controle de endemias, defesa civil, instituições policiais locais e forças armadas, além de inúmeros órgãos que atuam nas mais diversas áreas do setor público, têm se envolvido, direta ou indiretamente, nas ações de combate ao mosquito.
Sem trégua, diga-se de passagem. Em Alagoas, até mesmo os reeducandos, nos presídios, foram envolvidos, esta semana, nessa tarefa em defesa da vida. Graças a uma parceria entre a Secretaria de Estado da Ressocialização e Inclusão Social (Seris) e a Prefeitura de Maceió, eles receberam orientações de agentes de saúde e foram mobilizados para atuar no combate ao mosquito.

A expectativa é de que detentos que receberam as orientações, não só atuem eliminando os focos do mosquito, mas também multipliquem esses conhecimentos dentro do sistema prisional e entre os familiares, durante as visitas.
Lógico que nem tudo sai perfeito como planejado. Esse efeito multiplicador pode não vingar, mas serve para confirmar que o trabalho vem sendo feito em todas as possibilidades.
Mas falta, ainda, comprometimento da sociedade para reforçar o plano de combate à proliferação do mosquito vetor de doenças que têm tirado o sossego das famílias e da saúde pública. Com a dengue, a chikungunya e o virus da Zika multiplicando vítimas e gerando situação de calamidade na saúde pública e tudo o que se tem divulgado sobre isso, fica difícil acreditar que haja, a essa altura, uma só pessoa em sã consciência, que não tenha conhecimento sobre os riscos da proliferação do mosquito e das doenças por ele transmitidas. E de como fazer eliminar os criadouros e evitar a sua proliferação.
Os números revelam essa falta de compromisso. Sobretudo quando se trata de domicílios fechados e de recusas à entrada dos agentes de combate ao mosquito.
Veja o quadro divulgado pela Agência Saúde:
UF | Total de imóveis | Municípios com visitas | Total de imóveis visitados | % de imóveis visitados | Total de imóveis fechados e recusados |
Total | 67.097.881 | 4.462 | 27.444.575 | 40,90% | 6.264.191 |
PB | 1.177.843 | 220 | 1.066.195 | 90,52% | 203.445 |
PI | 841.957 | 218 | 685.637 | 81,43% | 57.429 |
SE | 611.386 | 73 | 462.022 | 75,57% | 127.843 |
AP | 193.300 | 11 | 132.365 | 68,48% | 9.366 |
MG | 7.189.307 | 831 | 4.869.123 | 67,73% | 1.057.910 |
MS | 892.480 | 65 | 585.351 | 65,59% | 106.299 |
RO | 474.400 | 52 | 311.046 | 65,57% | 22.744 |
CE | 2.495.573 | 183 | 1.450.369 | 58,12% | 107.837 |
DF | 930.622 | 1 | 523.818 | 56,29% | 59.643 |
PE | 2.833.053 | 119 | 1.526.914 | 53,90% | 372.251 |
RJ | 6.738.009 | 89 | 3.449.608 | 51,20% | 755.187 |
MT | 1.047.747 | 124 | 515.498 | 49,20% | 44.961 |
RN | 1.030.466 | 166 | 506.268 | 49,13% | 113.775 |
MA | 1.477.966 | 171 | 692.011 | 46,82% | 56.231 |
BA | 4.440.393 | 368 | 1.953.197 | 43,99% | 434.096 |
TO | 447.460 | 53 | 194.359 | 43,44% | 44.251 |
AM | 886.361 | 50 | 366.354 | 41,33% | 13.796 |
GO | 2.343.397 | 245 | 952.223 | 40,63% | 298.449 |
ES | 1.348.991 | 68 | 509.667 | 37,78% | 165.921 |
AL | 890.930 | 99 | 331.437 | 37,20% | 74.992 |
PA | 1.840.433 | 105 | 614.023 | 33,36% | 130.207 |
AC | 213.679 | 11 | 66.155 | 30,96% | 5.621 |
RR | 135.171 | 14 | 39.921 | 29,53% | 8.794 |
SP | 16.328.957 | 598 | 4.303.381 | 26,35% | 1.733.957 |
PR | 3.734.729 | 328 | 968.200 | 25,92% | 168.932 |
SC | 2.416.910 | 28 | 220.451 | 9,12% | 59.094 |
RS | 4.136.361 | 172 | 148.982 | 3,60% | 31.160 |
ENTRADA FORÇADA
Vale lembrar que a melhor forma de combater o Aedes aegypti é não deixar o mosquito nascer. Por isso, o governo federal convocou um esforço nacional para que todas as casas do país sejam visitadas para eliminação dos criadouros.
Desde o dia 13 de fevereiro, as equipes de saúde contam com apoio de militares das Forças Armadas para as ações de combate ao mosquito, e desde o dia 1º, está autorizada a entrada forçada desses agentes em imóveis públicos ou particulares que estejam abandonados ou fechados, caso não haja ninguém para permitir o acesso, após duas notificações realizadas num prazo de dez dias.
É uma questão se saúde pública.
Portanto, cumpra-se!