20 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Maceió

Áreas do Pinheiro e região precisam ser evacuadas em chuvas de 30 mm

Documento, com cerca de 100 páginas, foi elaborado com a participação das defesas civis Estadual e Nacional, e vale até o laudo final do CPRM, que deve sair no final do mês

O prefeito Rui Palmeira apresentou, nesta quarta-feira (17), na sede da Prefeitura de Maceió, em Jaraguá, a atualização do Plano de Contingência de Proteção e Defesa Civil (Compdec) dos bairros Bebedouro, Mutange e Pinheiro.

O documento, com cerca de 100 páginas, foi elaborado com a participação das defesas civis Estadual e Nacional, e detalha a atuação de órgãos, instituições e empresas na preparação, no monitoramento e nas respostas para ações preventivas e também em caso de desastre. Rui Palmeira enfatizou que a Prefeitura vem fazendo a sua parte no que se refere à prevenção.

“É importante cumprir com nossas obrigações legais. Se ocorrer um volume de chuva entre 30 e 40ml em uma hora, precisamos estar prontos para atuar. A gente espera que não aconteça, mas temos que ter o plano de evacuação pronto. É um trabalho em parceria com muita gente: Ministério Público Estadual e Federal, Corpo de Bombeiros, Defensoria Pública. Enfim, todo mundo unido para oferecer mais tranquilidade ao povo do Pinheiro”. Rui Palmeira, prefeito de Maceió.

No Pinheiro, onde as fissuras surgiram há mais tempo, os cenários de risco correspondem ao mapa de feições produzido pela CPRM, que classificou os locais em áreas vermelha, laranja e amarela.

A área vermelha, de maior risco, concentra 514 imóveis e mais de 1.900 moradores. A laranja possui quase 1.600 imóveis, e a amarela, 332. Pelo plano de contingência, são considerados fatores de risco ocorrências como o surgimento de rachaduras e buracos em terrenos, o desabamento de edificações ou o deslizamento de encostas.

“Com a apresentação dos planos de contingência e de evacuação, conseguimos finalizar essas etapas. Agora é aguardar o laudo final em 30 de abril. Vamos torcer para que o governo federal cumpra com essa data, pois precisamos dar continuidade aos serviços que a Prefeitura tem a fazer nesses bairros”. Marcelo Palmeira, vice-prefeito e secretário de Assistência Social.

O plano tem validade até o dia 30 deste mês, data prevista para a divulgação do relatório final das análises realizadas pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM).

“O plano mostra como devem ser as ações preventivas para o caso de chuvas fortes na região, além do socorro, da assistência e restabelecimento nos bairros caso imóveis venham a ter problemas mais graves por causa das rachaduras”. Dinário Lemos, Coordenador Municipal de Defesa Civil de Maceió.

Cerca de 40 órgãos, instituições e empresas fazem parte do plano, incluindo secretarias municipais e estaduais, Polícia Militar, o 59º Batalhão de Infantaria Motorizada, a Aeronáutica e a Capitania dos Portos. O documento traz ainda os cenários de risco nos três bairros e o plano de evacuação, que deverá ser executado de forma preventiva ou em caso de desastre.

Evacuação

O documento traz também um detalhado plano de evacuação, que deve ser ativado preventivamente em situações críticas ou quando houver um acidente. “A evacuação deve acontecer, sempre que possível, de forma preventiva, minimizando o risco à vida dos moradores. Ele prevê uma ação de forma estratégica e coordenada, com critérios técnicos, evitando acionamentos desnecessários”, explica Rodas.

A CPRM definiu que o plano de evacuação será acionado sempre que a previsão de chuva nas áreas de risco atinja o volume de 30 milímetros por hora. Nas regiões menos críticas, classificadas como “áreas de atenção”, os técnicos devem ficar em monitoramento constante. Já nas chamadas “áreas críticas” (amarela, laranja e vermelha) a população precisa ser evacuada de forma temporária ou permanente.

Nesta fase haverá a evacuação imediata e obrigatória, e os órgãos devem executar ações de assistencialismo e as medidas para salvaguardar a vida e proteção da população”, diz Arthur Rodas. A população será avisada por meio dos Núcleos Comunitários de Defesa Civil (Nudec), líderes comunitários, canais oficiais e pelos meios de comunicação.

  • Para realizar a evacuação, foram definidos cinco pontos para onde a população deve ir:
  • praça Lucena Maranhão, em Bebedouro;
  • ginásio de esportes Tenente Madalena, no Bom Parto; Cepa, no Farol;
  • sede do Sindicato dos Trabalhadores da Educação (Sinteal), no Mutange;
  • e praça Joaquim Marques Luz, no Sanatório.

De lá, os moradores embarcarão em ônibus em direção ao ginásio Fernando Collor (ginásio do Sesi), no Trapiche, local definido como abrigo temporário.

Os moradores seguirão para os pontos de apoio por meio das rotas de fuga traçadas pela Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT). As rotas já estão sendo informadas às famílias que vivem nos três bairros.