25 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Expresso

Assistente social: uma parceira essencial na equipe multidisciplinar da Santa Casa de Maceió

Interação remota e humanizada auxilia pacientes e familiares durante pandemia

Mariana de Melo, Somaya Lemos, Eliane Cavalcante e Polyana Belo são algumas das profissionais da linha de frente

A linha de frente no combate à covid-19 é bem ampla. Além de médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem, que cuidam da parte clínica, profissionais como os assistentes sociais desempenham o importante papel de ser a ponte entre os pacientes internados e seus familiares. Seguindo a lei federal n° 10.282, que restringe o acesso de acompanhantes nas unidades de saúde, bem como os decretos estadual e municipal, a Santa Casa de Maceió adaptou o atendimento a este público, que passou a ser remoto.

Segundo a coordenadora do Serviço de Assistência Social da instituição, Somaya Lemos, o objetivo era cumprir as diretrizes sem perder a essência da humanização. “O Serviço Social, bem como toda a equipe multidisciplinar, precisou se adequar. Nos certificamos de que essa nova modalidade era viável e iniciamos os atendimentos. Na interação remota, a partir da indicação da família, o contato referenciado passa a receber as informações do estado de saúde do usuário, e cabe a ele repassar esse boletim para os demais membros da família”, explicou.

Para o atendimento remoto, cinco telefones foram disponibilizados; e eles não param. “O boletim é passado todos os dias entre às 16h e 19h, mas já chegamos a receber, ao mesmo tempo, ligações de cinco membros da mesma família fora do horário determinado. Temos que lidar com conflitos familiares e precisamos mediar a relação entre eles para que o direito à informação sobre a condição clínica do paciente seja garantido”, disse a assistente social, Mariana Urtiga Rodas de Melo. Por dia, a média é de 50 atendimentos com ligações que não podem ser gravadas para respeitar o sigilo médico/paciente.

A Santa Casa de Maceió tem 12 assistentes sociais na linha de frente, e é o único hospital da capital que permite ao usuário internado, desde que esteja lúcido e orientado, permanecer com o celular; assim, ele mesmo pode repassar seu boletim aos familiares. Já nas UTIs, devido à condição clínica do paciente, o uso de aparelhos eletrônicos não é permitido. Diariamente, via contato remoto (telefônico), as informações são repassadas aos familiares e, quando a condição clínica é favorável e o paciente consegue interagir, é solicitada à Psicologia a vídeo chamada.
Atualmente, cerca de 40 pacientes com covid-19 recebem tratamento em quatro das UTIs do hospital. Outros 45 pacientes estão sendo tratados nas unidades de internações (enfermaria e apartamento). “A Santa Casa é referência para atendimento aos pacientes de covid-19 tanto na esfera pública (SUS), quanto na particular e de convênios (planos de saúde). Desta forma, o assistente social intervém em relações sociais que vão desde o morador de rua à personalidades do Estado de Alagoas. Portanto, as assistentes sociais articulam de forma igualitária e humanizada em todos os atendimentos aos pacientes internos no hospital, e realizam as mesmas orientações a esses pacientes quanto aos fluxos institucionais e intervêm em diversas esferas sociais apresentadas pelos internos com diagnóstico confirmado ou em investigação da doença”, ressaltou Somaya Lemos.