5 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Bolsonaro “ameaça” indicar nome ‘terrivelmente evangélico’ para o STF

Presidente afirmou em culto na Câmara que ‘o estado é laico, mas somos cristãos’

O presidente Jair Bolsonaro afirmou em culto religioso promovido na Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (10), que indicará a uma de suas duas vagas do STF (Supremo Tribunal Federal) para um nome “terrivelmente evangélico”.

Esta cerimônia foi promovida pela bancada evangélica e recebeu bênção do bispo licenciado da Universal Marcos Pereira (PRB-SP). Na ocasião, o presidente aproveitou pra dizer que o estado brasileiro é laico, mas ressaltou que não impede ser “terrivelmente cristão”.

A indicação de ministros do Supremo é uma atribuição do presidente da República, que depois precisa ser aprovada pelo Senado. Até o final de seu mandato, Bolsonaro poderá indicar ao menos dois deles. Isso diante da idade dos atuais ministros.

O primeiro ministro do Supremo que deve deixar a corte é o decano Celso de Mello, que completa 75 anos, idade de aposentadoria obrigatória, em novembro de 2020. A segunda vaga no STF deve ficar disponível com a aposentadoria de Marco Aurélio Mello, em julho de 2021.

Bolsonaro já chegou a dizer neste ano que havia reservado uma das vagas a Sergio Moro, ex-juiz da Lava Jato que deixou a magistratura para se tornar ministro da Justiça do governo. Depois, ele negou haver qualquer acordo e disse apenas buscar alguém com perfil dele.

Agora, o presidente disse que apontará um nome “terrivelmente evangélico” em dois momentos em sua visita ao Poder Legislativo: no culto religioso e no plenário da Câmara, quando participou de sessão solene em homenagem aos 42 anos da Igreja Universal do Reino de Deus.

Indicações e religião

Bolsonaro poderá fazer ao menos 90 nomeações em 35 tribunais até o final de seu mandato, em 31 de dezembro de 2022. Considerando todas as cortes superiores, serão 13 vagas.

No STF, estas seriam as religiões dos ministros do Supremo:

Católicos

  • Dias Toffoli
  • Alexandre de Moraes
  • Cármen Lúcia
  • Edson Fachin
  • Gilmar Mendes
  • Marco Aurélio
  • Ricardo Lewandowski

Judeus

  • Luís Roberto Barroso
  • Luiz Fux

Não declaram

  • Celso de Mello
  • Rosa Weber