O presidente Jair Bolsonaro afirmou em culto religioso promovido na Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (10), que indicará a uma de suas duas vagas do STF (Supremo Tribunal Federal) para um nome “terrivelmente evangélico”.
Esta cerimônia foi promovida pela bancada evangélica e recebeu bênção do bispo licenciado da Universal Marcos Pereira (PRB-SP). Na ocasião, o presidente aproveitou pra dizer que o estado brasileiro é laico, mas ressaltou que não impede ser “terrivelmente cristão”.
A indicação de ministros do Supremo é uma atribuição do presidente da República, que depois precisa ser aprovada pelo Senado. Até o final de seu mandato, Bolsonaro poderá indicar ao menos dois deles. Isso diante da idade dos atuais ministros.
O primeiro ministro do Supremo que deve deixar a corte é o decano Celso de Mello, que completa 75 anos, idade de aposentadoria obrigatória, em novembro de 2020. A segunda vaga no STF deve ficar disponível com a aposentadoria de Marco Aurélio Mello, em julho de 2021.
Bolsonaro já chegou a dizer neste ano que havia reservado uma das vagas a Sergio Moro, ex-juiz da Lava Jato que deixou a magistratura para se tornar ministro da Justiça do governo. Depois, ele negou haver qualquer acordo e disse apenas buscar alguém com perfil dele.
Agora, o presidente disse que apontará um nome “terrivelmente evangélico” em dois momentos em sua visita ao Poder Legislativo: no culto religioso e no plenário da Câmara, quando participou de sessão solene em homenagem aos 42 anos da Igreja Universal do Reino de Deus.
Indicações e religião
Bolsonaro poderá fazer ao menos 90 nomeações em 35 tribunais até o final de seu mandato, em 31 de dezembro de 2022. Considerando todas as cortes superiores, serão 13 vagas.
No STF, estas seriam as religiões dos ministros do Supremo:
Católicos
- Dias Toffoli
- Alexandre de Moraes
- Cármen Lúcia
- Edson Fachin
- Gilmar Mendes
- Marco Aurélio
- Ricardo Lewandowski
Judeus
- Luís Roberto Barroso
- Luiz Fux
Não declaram
- Celso de Mello
- Rosa Weber