Com o aumento da expectativa média de vida do brasileiro, boa parte da população pode alcançar idades muito avançadas e vivenciar várias questões ligadas ao envelhecimento.
O delirium, ou confusão mental aguda, é um dessas possibilidades. Mais comum em pessoas idosas, afetando até 80% dos que estão em UTI, o problema aumenta consideravelmente o tempo de internação e as taxas de mortalidade.
Essa alteração da consciência pode causar sonolência (mais comum) ou agitação psicomotora. Também há alteração no nível de atenção e esses sintomas podem flutuar ao longo do dia.
Os diagnósticos diferenciais são em geral com depressão, demência e transtornos psicóticos, sendo que o tempo do início dos sintomas é um fator muito importante para essa diferenciação.
“Pacientes com delirium hiperativo (agitação, agressividade, inquietação) podem ser tratados com antipsicóticos. Enquanto se investiga e depois trata a causa. Desde que a causa seja tratada, o paciente pode se recuperar completamente, por isso a importância do diagnóstico precoce”.
Para ela, é importante que a família e cuidadores (no caso de idosos mais dependentes) identifiquem qualquer mudança em relação ao basal, para que o médico seja comunicado o mais rápido possível.
Hospitalização
Pacientes hospitalizados tem um risco ainda maior de apresentar quadro confusional, principalmente em ambientes de UTIs.
“Nesses pacientes, em geral, o delirium é causado por múltiplos fatores. E todos precisam ser corrigidos para que o paciente se recupere mais rapidamente. Algumas medicações, por exemplo, podem causar delirium. Corticoides, derivados opióides (tramadol, codeína, morfina), antibióticos, entre outros. Nesse caso, o geriatra faz o ajuste, com redução de dose ou troca a medicação”.