Após notificação extrajudicial da Advocacia-Geral da União (AGU) encaminhada a empresa Meta, de Mark Zukerber, o Instagram tirou do ar o vídeo falso sobre o ministro Fernando Haddad, que acusava o governo de cobrar imposto sobre Pix.
O vídeo foi feito por agentes da extrema direita com o uso de inteligência artificial. O material adulterado mostrava uma declaração do chefe da pasta econômica sobre a implantação de novos impostos inexistentes — como a taxação sobre animais de estimação, pré-natal e sobre prêmios de apostas esportivas, além de Pix.
A AGU solicitou a retirada do conteúdo falso em 24 horas ou então que fosse “tarjado” para informar que a postagem foi gerada por inteligência artificial, com o aviso de que “o vídeo foi gerado por inteligência artificial – conteúdo alterado ou sintético”.
De acordo com o governo, a publicação tinha o intuito de “confundir o público sobre a posição do Ministro da Fazenda acerca de assuntos de interesse público”.
“A análise do material evidencia a falsidade das informações por meio de cortes bruscos, alterações perceptíveis na movimentação labial e discrepâncias no timbre de voz, típicas de conteúdos forjados com o uso de inteligência artificial generativa”, argumenta a notificação assinada por Carlos Eduardo Dantas, Rogaciano Bezerra e Karina Sousa.
No documento, a União também anexou o link do vídeo original, no YouTube, em que o ministro falava sobre uma reunião que teve com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e as expectativas para o ano de 2025 na pasta.
Após a determinação da AGU, Haddad publicou um vídeo nas redes sociais reiterando que o conteúdo era falso.
“Imposto sobre Pix, mentira. Imposto sobre quem compra dólar, mentira. Imposto sobre quem tem um animal de estimação, mentira. Pessoal, vamos prestar atenção, está circulando uma fake news. Prejudica o debate público, prejudica a política, prejudica a democracia”, disse o ministro.