11 de dezembro de 2024Informação, independência e credibilidade

Artigo

A caravana do povo e os cães do mercado

A caravana do povo e os cães do mercado

Artigo
  Por Tiago Di Lucas* Em 2022, o Brasil escolheu um projeto de país que prioriza o bem-estar da maioria. Entre as promessas, está a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais — uma medida que beneficiaria milhões de trabalhadores e reduziria desigualdades. Na esteira dessa mudança, também está o fim da jornada exaustiva 6x1 e a necessária taxação dos super-ricos. São propostas que apontam para um Brasil mais justo, mas eis que o mercado financeiro, sempre tão ágil para reagir contra políticas que favorecem os menos abastados, já se contorce em revolta. Curiosamente, esse mesmo mercado permaneceu mudo diante de ações que arrasaram a vida do povo brasileiro nos últimos anos. Onde estava sua revolta quando o governo Bolsonaro fez pouco caso da pandemia
“Estado de sítio não é golpe”: entenda a semântica do imbrochável que deu pra trás

“Estado de sítio não é golpe”: entenda a semântica do imbrochável que deu pra trás

Artigo, Política
Terminando suas férias em Alagoas após um longo período de trabalho(?), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) concedeu entrevistas a jornalistas reconhecendo que 'pode sim' ser preso a qualquer momento diante das investigações sobre sua tentativa de golpe. Mas segue insistindo que não cometeu crime algum. Ao refutar que não participou de trama para executar, no final de 2022, o ministro do STF Alexandre de Moraes e a chapa recém eleita que o derrotou nas urnas, o agora presidente Lula (PT) e seu vice Geraldo Alckimin (PSB), disse o seguinte: "esquece, jamais. Dentro das quatro linhas não tem pena de morte", afirmou o ex-presidente, que joga com as regras do jogo. Ao menos é o que ele fala. "Não cola isso daí. Não sou jurista, mas no meu entender nada foi iniciado. Não podemos co
Pife: A velhice é surda

Pife: A velhice é surda

Artigo, Expresso
Por Oswaldo Pife* Ninguém chega a tempo de percebê-la. O mundo roda, roda, faz barulho e nos faz pensar que os dias são apenas tolices da idade. Até mesmo a pele flácida não é capaz de injetar a grande ironia da vida: "falta pouco". De repente, estamos surdos para o entorno e de frente para o silêncio. Como não temos poder de esticar o passado, o jeito mesmo é vibrar com o que temos no momento: a quietude. A velhice se chama mocidade tardia. De tão perversa que é a rapidez do tempo, não há quem escape dos minutos perdidos, como se fossem estalos-bebés numa fogueira de São João em dia de chuva fina renitente. Se não há salvação para os estourinhos de um pavio curto, aceitar que o nosso tempo começou há pouco é salvar os dias da ruminante mania que os velhos têm de aban
Aos que esquecem do Partido, em nome de si mesmos

Aos que esquecem do Partido, em nome de si mesmos

Artigo, Expresso
  Por Tiago Di Lucas* Com a proximidade do Processo de Eleições Diretas (PED) do Partido dos Trabalhadores, as tensões internas, como sempre, se intensificam. Para um partido cuja história foi construída com base em unidade e força popular, o cenário atual é um alerta. Em particular, vemos militantes de correntes como a Resistência Socialista desferindo ataques públicos ao partido e suas lideranças nas redes sociais, muitas vezes ecoando discursos típicos do antipetismo, aquele mesmo que jogou combustível no golpe de 2016. Esses são os que buscam desgastar o PT por dentro, explorando disputas que deixam de ser políticas e se tornam destrutivas para o partido como um todo. A lógica é clara: enquanto essa parcela da militância interna surfa na onda do desgaste midiático, qu
Por Anivaldo Miranda: Marcondes Costa, presente!

Por Anivaldo Miranda: Marcondes Costa, presente!

Artigo, Expresso
Por Anivaldo Miranda É natural e perfeitamente compreensível que alguém que se foi seja sempre saudado por seus méritos, feitos e virtudes, até mesmo quando suas qualidades no calor das emoções eventualmente apareçam aumentadas, digamos assim. Mas isso faz parte do ritual da bondade que aflora no contexto desse desconcertante fenômeno que é a morte. Todavia, no que se refere a Marcondes Costa, que nos deixou esses dias, essa observação não se aplica porque aquilo que dele as pessoas disseram e tanto repetiram não eram apenas palavras de consolo, principalmente à família. Eram também constatações verdadeiras até mesmo pela ótica de quem com ele pouco ou só casualmente conviveu. Marcondes era, de fato, um cara bondoso, generoso e solidário. E de um jeito que ele mesmo não perceb
Marcelo Nascimento: PT sai fortalecido na Capital com votação expressiva e reeleição de Teca

Marcelo Nascimento: PT sai fortalecido na Capital com votação expressiva e reeleição de Teca

Artigo
Por Marcelo Nascimento* O Partido dos Trabalhadores de Maceió foi às urnas com todas as adversidades por ter sua candidatura majoritária retirada do processo eleitoral, mas mesmo assim surpreendeu na votação do conjunto das candidaturas proporcionais, alcançando mais de 25 mil votos, um aumento significativo de mais de 100% comparado ao resultado eleitoral de 2020. O PT da Capital assegurou apoio institucional a candidatura de Rafael Brito a prefeito de Maceió, conforme decisão da instância nacional. A Federação Brasil da Esperança (PT, PV e PCdoB), obteve mais de 37 mil votos, sendo 25 mil do PT, 8 mil do PV e 3 mil do PCdoB, o que garantiu a eleição de Teca Nelma (PT) com aproximadamente 10 mil votos (a mulher mais votada para a Câmara de Maceió), e de Silvio Camelo Filho (PV) com
Revolução Silenciosa

Revolução Silenciosa

Artigo
Paulo Dantas, Governador do Estado de Alagoas Neste dia 16 de setembro, comemoramos os 207 anos de nossa querida Alagoas. Desde 1817, nossa história tem sido escrita por extraordinários personagens que marcaram o cenário nacional. Quando nos emancipamos de Pernambuco, éramos pouco mais de 100 mil habitantes, menos da metade da população de Arapiraca hoje. Naquela época, o açúcar já era destaque, como bem disse o escritor Manuel Diegues Júnior, que viu a história de Alagoas entrecruzada à trajetória dos engenhos. Do ciclo do açúcar, passando pelo do algodão e suas vilas operárias, o que se construiu até agora correspondeu aos desafios de cada período e suas circunstâncias. Na apresentação do nosso Plano de Governo, registrado na Justiça Eleitoral, mencionei o fato de que algumas c
Veludosas vozes: Arivaldo Maia, Sabino Romariz e Reinaldo Cavalcante se encontram

Veludosas vozes: Arivaldo Maia, Sabino Romariz e Reinaldo Cavalcante se encontram

Artigo
Por Osvaldo Epifânio (Pife) Hoje partiu sem nossa autorização a terceira pessoa da santíssima trindade da narração esportiva do rádio alagoano: o Arivaldo Maia. Junta-se, novamente, ao Sabino Romariz e ao Reinaldo Cavalcante. Eles estabeleceram uma união perfeita para os nossos ouvidos nas tardes de domingo. O eco de suas vozes operava a divina imaginação do futebol jogado dentro de uma caixinha de pilha. E isso nos deixava paralisados com o coração acelerado, aos trancos. Era o percurso do princípio e do fim na sagrada comunhão com a fluência verbal e a maldade. Sim, eles não tinham complacência com nossas almas de torcedores. Ficávamos atônitos, com a garganta pesada, com os olhos tontos e com os segundos maldosos à espera do gol. Às vezes, ele não vinha, mas já tínhamos mor
Pife: A Alegoria da Caverna de Platão em Fernão-Velho

Pife: A Alegoria da Caverna de Platão em Fernão-Velho

Artigo
Por Osvaldo Pife Tanto o Baiano como o Higino nunca tinham tido coragem de conhecer o buraco da Mata do Cachorro. Embora fossem do mesmo lugar, e passassem toda semana pela estrada fina e escura do Alto São José para o campinho do Elétrico, vizinho ao cemitério, sobre o barranco da caverna, jamais, sequer, olhavam para aquele tenebroso declive. Tinham a habilidade de um passarinho, correndo sem asas pela ladeira, subindo e descendo com os pés descalços num caminho de barro eternamente escorregadio. Um dia, displicentes, como qualquer passarinho, escorregaram e deram um voo errático, e... Estavam lá embaixo. Escuridão, silêncio dos humanos, mato fechado, uma água teimosa descendo sobre os seus ombros e a infinitude da altura despencada. Não adiantaram os gritos, sej
Quando se toca o coração

Quando se toca o coração

Artigo
Por Joaldo Cavalcante e Wendell Palhares Parte do sucesso de um bom governo passa por uma comunicação que se conecte com o espírito de seu tempo – “zeitgeist”, como o alemão conceitua. A busca por uma mensagem que mobilize cada vez mais os alagoanos, em 2024, é o desafio que se impõe à Secretaria de Estado da Comunicação de Alagoas. Jovens, adultos e idosos passam mais tempo no celular do que conversando com outras pessoas ou diante da TV, do rádio, de um jornal impresso, de um livro ou até mesmo de um site. Como o Governo do Estado pode se fazer ouvir com sucesso em um mundo onde tudo está mais fragmentado, disperso e polarizado? Como se comunicar de forma eficaz numa realidade em que microinfluenciadores podem ter mais alcance que um jornal tradicional? Ciente da realidade impo