Pife: A Alegoria da Caverna de Platão em Fernão-Velho
Por Osvaldo Pife
Tanto o Baiano como o Higino nunca tinham tido coragem de conhecer o buraco da Mata do Cachorro.
Embora fossem do mesmo lugar, e passassem toda semana pela estrada fina e escura do Alto São José para o campinho do Elétrico, vizinho ao cemitério, sobre o barranco da caverna, jamais, sequer, olhavam para aquele tenebroso declive.
Tinham a habilidade de um passarinho, correndo sem asas pela ladeira, subindo e descendo com os pés descalços num caminho de barro eternamente escorregadio.
Um dia, displicentes, como qualquer passarinho, escorregaram e deram um voo errático, e...
Estavam lá embaixo.
Escuridão, silêncio dos humanos, mato fechado, uma água teimosa descendo sobre os seus ombros e a infinitude da altura despencada.
Não adiantaram os gritos, sej