As investigações da Polícia Federal sobre planejamento e execução da tentativa de golpe de Estado no Brasil indicam que o general Braga Neto foi o mentor de todas as ações que pretendiam manter Jair Bolsonaro no poder, após a derrota nas eleições presidenciais para Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Segundo a PF, Bolsonaro era o principal beneficiário da tentativa frustrada de golpe. Por isso o general e o ex-presidente foram indiciados pelos crimes de golpe de estado, abolição violenta do estado de direito e organização criminosa.
Os documentos tornados públicos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), destaca-se uma reunião ocorrida em 12 de novembro de 2022, na residência de Braga Netto, quando foi discutido um plano para assassinar o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do STF Alexandre de Moraes.
Caso o plano fosse executado, Braga Netto integraria um “Gabinete Institucional de Gestão da Crise”, que seria criado para gerenciar a situação no futuro governo golpista. A PF suspeita que, dada a influência acumulada pelo general, ele poderia até mesmo derrubar Bolsonaro e assumir o comando do país.
Entre os 37 indiciados pela PF, 25 são membros das Forças Armadas, incluindo os ex-comandantes do Exército, Estevam Theophilo Gaspar de Oliveira, e da Marinha, Almir Garnier Santos.
Os crimes praticados pela organização criminosa podem levar a penas que variam de 3 a 15 anos de prisão, dependendo da gravidade e do grau de envolvimento de cada réu.